“Sabíamos que cedo ou tarde algo assim aconteceria.” A constatação é da jornalista espanhola Alba Díez, que estava em uma loja próxima ao local do atentado que aconteceu em Barcelona, na Espanha, na tarde desta quinta-feira.
Alba estava acompanhada de uma amiga quando uma funcionária pediu que elas se retirassem. “No início, pensei que houvesse algum pacote suspeito ou algo assim, mas na medida em que fomos para a rua vimos pessoas correndo e o caos.”
De acordo com a jornalista, a CIA (a Agência Central de Inteligência americana) já havia avisado a polícia local que a capital da Catalunha estava na mira dos terroristas.
“Acho que há um ano já se via a segurança reforçada”, afirma.
Alba conta que, apesar da segurança intensa nas ruas, o clima era de tensão. “De alguma maneira, nós já esperávamos, mas você nunca está preparado para assimilar isso. Os atentados que aconteceram em Nice, Berlim e Paris ativatram o protocolo de segurança, que se tornou habitual aqui”, ressalta a jornalista, relembrando os atentados sofridos nos países vizinhos. Pelo menos oito atentados ocorreram na Europa no último ano.
Estamos um pouco em estado de sítio, nos dizem para não sair de casa porque há um terrorista que fugiu e não se sabe onde ele está”, desabafa. “Não sabemos exatamente o que fazer.”
Apesar do trauma e da incerteza do que está por vir, a espanhola tenta se manter positiva em relação à reação da cidade ao ataque.
“Eu acho que Barcelona é uma cidade que não vai ter medo”, afirma. “Não acho que isso vai gerar um sentimento geral de ódio aos muçulmanos porque há uma comunidade muçulmana importante aqui e não podemos criminalizar muitos pelo ato de poucos.”
Alba diz ainda que isso não irá paralisar a rotina dos espanhóis. “Vamos seguir nossa vida. Isso não nos pode tirar a alegria e a vontade de viver.”
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O ataque
Um motorista – capturado pela polícia e identificado como Driss Oukabir – avançou com uma van contra pedestres que caminhavam no famoso calçadão de Las Ramblas na tarde desta quinta-feira.
O ataque deixou 13 mortos e dezenas de feridos. Mais dois homens teriam participado do ato, um foi morto pela polícia durante uma troca de tiros e ainda não há informações sobre o terceiro suspeito.
