Brasileiros vendem muamba em Moscou para bancar viagem

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“Atenção, camisa do Neymar são 2 mil rublos. Tá acabando!” De longe, ouve-se um grito em português com o anúncio inusitado. Basta esticar a cabeça sobre o amontoado de clientes para ver que dois bancos improvisados nos arredores da Praça Vermelha, um dos principais pontos turísticos de Moscou, mais parecem uma barraquinha da rua 25 de Março, em São Paulo. Os assentos e os encostos estão tomados por camisas da seleção brasileira, chapéus, bandeiras e cachecóis em verde e amarelo.

Uma camisa em especial faz ainda mais sucesso. Não à toa é a mais cara. Estampa a frase “Deus perdoe essas pessoas ruins”, escrita à mão, no melhor estilo Adriano Imperador raiz. A iguaria custa R$ 3 mil rublos, uma bagatela de nada menos que R$ 176.

A que tem o nome de Neymar escrito no alfabeto cirílico também não fica atrás. Custa 2 mil rublos e já vendeu igual água. Só restam dez para acabar o estoque. Quer dizer, agora nove porque uma gaúcha acabou de ser convencida a levar uma baby look que fica linda justinha no corpo, segundo o vendedor.

O dono do negócio, Rodrigo Fonseca, mostra que, além de bom de lábia, é esperto. Ele tinha o sonho de viajar até a Rússia para ver a seleção brasileira em campo. Mas sabia que o desejo era para poucos. Usou sua criatividade e (por que não?) o tino empreendedor. Parcelou a passagem em dez vezes e se mandou para a Rússia com dois amigos, sem hotel. Já em Moscou, se virou e fechou um albergue com os amigos.

Os três, que são camelôs em Belo Horizonte, foram ao Shopping Oiapoque, famoso pelo comércio popular na capital mineira, e fizeram a feira. Compraram várias bugingangas e camisas da seleção por uma bagatela de R$ 10 -agora vendem por R$ 117 e estão fazendo o negócio bombar. Dizem não saber quanto já ganharam, mas a meta é atingir 50 mil rublos para ajudar a arcar com os custos da viagem.

‘Nós compramos 40 camisas, está vendendo bem demais. Agora faltam menos de dez. E já estamos trabalhando com exportação. Está chegando mais um lote de 50 camisas que um amigo vai trazer. Já estamos pensando até em esticar a viagem para Paris e ao Leste Europeu”, brinca Rodrigo.
Questionado se uma possível fiscalização russa preocupa, ele minimiza. “Fiscalização? Brasileiro aqui é rei! E é por causa do Brics”, afirma o outro camelô, entendido de economia, sobre o grupo de cooperação política, econômica e financeira entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Rússia e Arábia Saudita abrem, enfim, 21° edição do Mundial

Rússia e Arábia Saudita fazem o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2018 nesta quinta-feira, às 11h (de MS), no Estádio Luzhniki, em Moscou, capital russa, em duelo válido pelo Grupo A. A chave conta ainda com Egito e com Uruguai, que duelam na sexta-feira. Os russos, que estão há sete jogos sem vencer, lutam para não repetirem o vexame da África do Sul, que em 2010 se tornou o único anfitrião a ser eliminado ainda na etapa de grupos.

Para evitar que o vexame aconteça, o técnico Stanislav Cherchesov destacou a necessidade de ganhar na estreia, diante do adversário considerado mais fraco do grupo.

“Sabemos que a nossa classificação passa muito por conquistarmos um grande resultado na estreia. Esse jogo considero chave para a sequência do nosso trabalho, pois é muito complicado largar em desvantagem em uma competição de tiro curto como é a Copa do Mundo”, explicou Stanislav Cherchesov.

Já a Arábia Saudita enfrentou muitos problemas no período pré-Copa, apesar de ter passado bem nas Eliminatórias asiáticas. A desorganização da federação local levou a demissão do argentino Edgardo Bauza a poucos meses da Copa começar. Caberá a seu compatriota, Juan Antonio Pizzi, que fracassou na missão de levar o Chile ao torneio, dar um rumo ao país. Apesar destes problemas durante a preparação para o mundial, os jogadores se mostram confiantes.

“Sabemos que estamos desacreditados e muitos nos colocam como quarta força. Somos, porém, um grupo de jogadores que sonha alto. A Rússia tem uma seleção forte e joga em casa. Mas vamos buscar um bom resultado”, disse Abdullah Al-Mayuf, goleiro titular da Arábia Saudita.

Em termos de escalação, os principais destaques do time russo são o experiente goleiro Igor Akinfeev, titular da seleção desde 2004, e o meia Aleksandr Golovin, que já despertou o interesse em grandes equipes europeias, como a Juventus. O time perde muito porém, sem o artilheiro Alexander Kokorin, que não jogará o Mundial por conta de lesão na coxa direita. O lateral-direito Mário Fernandes, brasileiro naturalizado russo e que foi revelado no Grêmio, é tido como titular. A melhor participação da Rússia em um Mundial foi o quarto lugar de 1966.

A Arábia Saudita, que surpreendeu ao chegar nas oitavas de final na Copa do Mundo de 1994, guiada pelo ex-meia Majed Abdullahmaior, melhor jogador  da história do país, aposta atualmente no oportunismo de Mohammad Al-Sahlawi, atacante de 31 anos, que foi o artilheiro sauditas nas Eliminatórias com incríveis 16 gols em 14 jogos.

Vale lembrar que antes do apito inicial desta partida acontece a festa de abertura da Copa do Mundo de 2018. Pelo regulamento da Copa do Mundo, nesta primeira fase as equipes duelam em turno único dentro de seus respectivos grupos. Ao fim, os dois melhores colocados de cada chave se garantem nas oitavas de final.

FICHA TÉCNICA
RÚSSIA X ARÁBIA SAUDITA

Local: Estádio Luzhniki, em Moscou (Rússia)
Data: 14 de junho de 2018 (Quinta-feira)
Horário: 11h (de MS)
Árbitro: Nestor Pitana (Argentina)
Assistentes: Emerson de Carvalho (Brasil) e Juan Pablo Belatti (Argentina)

RÚSSIA: Igor Akinfeev; Mário Fernandes, Ignashevich, Vladimir Granat e Fedor Kudryashov; Zobnin, Kuzyaev, Alan Dzagoev, Aleksandr Golovin;  Aleksei Miranchuk e Fyodor Smolov
Técnico: Stanislav Cherchesov

ARÁBIA SAUDITA: Abdullah Al-Mayuf, Al-Shahrani, Osama Hawsawi, Omar Hawsawi e Al-Harbi; Ateef, Salman Al-Faraj, Al-Dawsari e Al-Jassim; Al-Sahlawi e Al-Shehri
Técnico: Juan Antonio Pizzi

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