O aumento dos preços da cesta básica em Dourados durante o ano de 2020 chegou a quase 40%. O levantamento é do Projeto de Extensão Índice da Cesta Básica do Município de Dourados do curso de Ciências Econômicas da FACE -Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia- da UFGD -Universidade Federal da Grande Dourados-.
Conforme o levantamento, o acumulado do ano chegou a 39.11% perante a 15,82% em 2019. Outro índice que teve aumento forte no ano de 2020 foi o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) que chegou a 23,14%.
Um comparativo da pesquisa é que diante destas altas, o desemprego também foi forte no país e atingiu 14,5% da população economicamente ativa do Brasil.
No comparativo do valor da Cesta Básica do mês de Dezembro DE 2020 comparado com o mês de Novembro de 2020, o aumento foi de 1,67%.
O preço da cesta básica em novembro de 2020 figurou em R$ 559,17, o que representa 53,51% do salário mínimo (R$ 1045,00).
O Diese considera que os produtos que compõem a cesta básica são: Açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão-francês e tomate).
Já no mês de dezembro de 2020, o trabalhador douradense teve que destinar uma quantia superior a isso para a compra dos produtos componentes da cesta básica que foi de R$ 568,49, o que equivale a 54,40% do salário mínimo vigente, mais da metade do salário somente para comprar alimentos.
A partir da Constituição Federal de 1988 o trabalhador brasileiro deve trabalhar 220 horas mensais, com isso, no mês de novembro de 2020, um trabalhador douradense para pagar a cesta básica tinha de trabalhar 117 horas e 43 minutos. E no mês seguinte, dezembro de 2020, este mesmo trabalhador precisou de um tempo maior para comprar alimentos que foi de 119 horas e 41 minutos. O fato representa perda do poder de compra do salário do trabalhador douradense.
Abaixo observamos a diferença dos preços de todos os produtos da Cesta Básica em Dourados no acumulado de 2020, do maior aumento aos produtos que tiveram aumentos menores. O maior aumento foi no preço da banana, seguido pelo preço do óleo de soja, da batata e do arroz. Veja com mais detalhes os itens que tiveram aumento, na lista abaixo:
Banana: 108,55%
Óleo de soja: 102,42%
Batata: 97,25%
Arroz: 91,99%
Feijão: 50,33%
Carne: 43,70%
Leite: 30,45%
Açúcar: 28,01%
Óleo de soja: 22,80%
Farinha de trigo: 9,53%
Pão francês: 6,56%
Tomate: 2,91%
Café: -1,92%
A pesquisa mostra que apesar da carne estar em 6º lugar entre os produtos que mais se elevaram de preços, 43,70%, representou maior impacto sobre a Cesta básica. Somente a carne representa 43,43% do aumento no valor total da Cesta.
O relatório aponta que este aumento foi por causa da valorização do dólar e, com isso, os produtores de carne preferem o mercado externo pela compensação em seus preços.
No quadro acima verifica-se que dos 13 produtos que compõem a cesta básica, somente um deles diminuiu de preço, sendo este o café, com uma queda de 1,92% em 12 meses.
