Com aumento de queimadas, moradores podem desenvolver doenças respiratórias

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Com a chegada do tempo seco, as queimadas têm sido cada vez mais frequentes em Mato Grosso do Sul. Só no mês de junho, o Corpo de Bombeiros atendeu 487 focos de incêndio em Campo Grande e 136 focos no interior do estado. Em apenas duas semanas, o índice de queimadas aumentou 81% em comparação com todo o mês de maio. Além de causar um dano ao meio ambiente, os incêndios também prejudicam o sistema respiratório dos moradores, que podem até desenvolver doenças.

O otorrinolaringologista da Unimed, Celso Nanni Junior, explica que a queimada libera partículas que ficam suspensas no ar, como aerossóis. Os efeitos destas partículas são imediatos, com sintomas como a irritação do aparelho respiratório, ardência no olho, nariz, tosse e produção de muco.

Se as queimadas incomodam qualquer um, os efeitos são ainda piores para quem já tem problemas respiratórios. “Quem tem predisposição à doença respiratória acaba entrando em crise, como [quem tem] bronquite e rinite. Acaba desencadeando crises destas doenças”, explica. O especialista ainda afirma que, a longo prazo, o depósito das partículas do incêndio pode causar doenças em quem ainda não tem.

“Lembrando que no período mais seco, a partícula fica mais tempo suspensa. Quando tem chuva, a água lava o ar, as partículas vão para o chão. No tempo seco, ela fica mais tempo em suspensão”.

O otorrinolaringologista reforça que a população deve tomar cuidados com o tempo seco e as queimadas recorrentes. O primeiro passo é ficar longe do local do incêndio, se possível. Outras medidas são lavar o nariz, tomar água, evitar atividade física em locais quentes quando a umidade relativa do ar estiver baixa e usar umidificador em casa. “Tomar cuidado com crianças e idosos, eles estão mais suscetíveis a desenvolver doenças respiratórias pela queimada”, ressalta.