Deputada de MS perde batalha contra frete mínimo; medida pode encarecer alimentos

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A deputada federal Tereza Cristina (DEM) e presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) engrossou o time dos que lutaram contra o frete mínimo. Para parlamentar, com o tabelamento de frete instituída pela Medida Provisória 832/18, muitas pessoas com poder aquisitivo menor serão atingidas. Mesmo assim, a medida foi aprovada pela Câmara Federal.

“Quem mais sofrerá com essa medida é a população, com a alta na inflação e nos preços dos alimentos”, destacou a parlamentar. De acordo com as entidades do setor, haverá aumento de 12,1% nos principais alimentos da cesta básica.

Em reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), entidades do setor produtivo nacional ficaram irredutíveis na posição contrária ao tabelamento do frete instituído no país pela Medida Provisória 832/18. As associações reiteraram que iriam trabalhar contra a aprovação da MP no Congresso. Mesmo assim, o projeto foi aprovado.

Para as instituições, é uma medida irresponsável que trará prejuízos imensuráveis ao Brasil e uma insegurança jurídica sem precedentes. “Se essa tabela passar, o Brasil vai parar”, reforçou o superintendente de Logística e Operações da Coamo, cooperativa agroindustrial do Paraná, Airton Galinari. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o Brasil deixou de arrecadar R$ 33 bilhões, desde que o tabelamento de fretes foi instituído no país.

Prejuízo ainda pode ser maior

Segundo as entidades, haverá perdas no mercado internacional, produções completamente paradas, aumento da inflação e dos preços dos alimentos são alguns dos principais agraves apontados pelo setor durante a reunião. De acordo com os dados apresentados pela Abiove, já se calcula um prejuízo aos produtores de soja de US$ 7,3 milhões de dólares por dia.

O segmento de grãos, em especial a soja, segundo a associação, deixou de movimentar uma receita de US$ 3,1 bilhões e perdeu mais de US$ 20 milhões na taxa de rentabilidade, além da queda exponencial no preço da soja brasileira frente aos mercados internacionais.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz, a falta de fertilizantes, por conta das empresas completamente paradas, vai aumentar as doenças nas lavouras por falta de controle e manejo, o que prejudica a saúde e qualidade das produções.

Durante a reunião, o diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, afirmou que a colheita de algodão já está completamente comprometida. “Este ano, o setor brasileiro iria aumentar a produção em 26% para atender o mercado interno e externo e isso não vai acontecer”, afirmou o diretor. Portocarrero ainda complementou que o país está perdendo espaço no mercado internacional para a China, que acompanha de perto essa situação do Brasil.

Conforme com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a tabela tem preços distorcidos e que destoam do mercado. Hoje, segundo representante da organização, toda a produção agropecuária depende do transporte rodoviário, mesmo aqueles produtos que passam pelas ferrovias e hidrovias do país.

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