Dia do Índio: grupo de jovens veem na dança uma forma de fortalecer sua cultura
O grupo de jovens indígenas Pa’i Kuara Rendy, coordenado pelo professor Duadino Martines leva a cultura indígena para fora da aldeia.
Amambai (MS)- Eles vêm com passos marcados, vozes fortes e energia que invade o coração. A cada apresentação do Pa’i Kuara Rendy, que significa Raio de Sol, é como se um pedacinho de cada um deles ficasse ali no palco e no coração de quem assistiu a apresentação. Estamos falando de um grupo de jovens indígenas que buscam no canto e na dança uma forma de manter viva e fortalecer a sua cultura.
O coordenador do projeto é o Duadino Martines. Ele, que é professor de biologia nas escolas indígenas Mbo’eroy Guarani Kaiowá municipal e estadual decidiu, há três anos e meio, sonhar com a formação de um grupo para levar a cultura indígena para fora da delimitação da aldeia, além disso, ele foi motivado pela vontade de evitar a entrada de jovens indígenas para o mundo das drogas e criminalidade.
Professor Duadino Martines / Foto: Moreira Produções
“Temos muito respeito por nossos ancestrais e as suas culturas, os ensinamento deles…. buscamos sempre ter eles como referências”
— Professor Duadino Martines
Nós começamos há três anos e meio para movimentar mesmo os jovens da aldeia e com isso impedir a entrada deles para as coisas ruins que a gente sabe que existe (…) e hoje é gratificante ver que tomou proporções tão grandes”, explicou o professor.
O grupo é formado por 40 jovens, que semanalmente ensaiam para levar sempre o seu melhor para o palco.
Coreografias
Sem dúvida alguma a dança é uma das referências quando se fala em Pa’i Kuara Rendy. Com uma mistura de músicas indígenas e não indígenas, o grupo tem uma forma própria de marcar os passos e com uma sincronia incrível entre os dançarinos.
O grupo é formado por cerca de 40 jovens / Foto: Moreira Produções
Os passos são feitos pelo próprio professor Dudu – como Duadino é chamado carinhosamente – com a ajuda de outro jovem guarani-kaiowá, o Tiago. Eles buscam trazer nos passos de cada música a cultura de seu povo, sempre tendo como orientadores, seus anciões. “Temos muito respeito por nossos ancestrais e as suas culturas, os ensinamento deles…. buscamos sempre ter eles como referências”, afirmou Duadino.
Para finalizar o professor deixa um recado: “Independente do jovem ser ou não indígena, ele tem que valorizar a sua terra, o seu município, o seu estado, a sua cultura, porque é isso que nos torna seres humanos pertencentes a algum lugar (…) e nesse dia onde se comemora o Dia do Índio, que saibamos respeitar as diferenças”.
