É mata-mata! Contra uma França forte e favorita, Brasil confia em sua essência e seus talentos

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Não se trata apenas da euforia diante de uma seleção forte que joga a Copa do Mundo em casa. O favoritismo da França é sentido e, de certa forma, reconhecido pelo Brasil.

Antes superior do que as próximas adversárias dentro do cenário mundial do futebol feminino, a Seleção chega às oitavas de final tentando mostrar que, apesar do trabalho bem feito das francesa nos últimos anos, a essência brasileira e seus talentos ainda são capazes de façanhas que contrariam qualquer projeção.

Esse é o pensamento da seleção brasileira que entra em campo neste domingo, às 16h (de Brasília). A TV Globo e o SporTV transmitem ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha em tempo real. O jogo vale vaga nas quartas de final do Mundial e será disputado em Le Havre.

Assim como tem acontecido em todos os jogos da França, a expectativa é novamente de casa cheia.

Nos últimos dias, desde que se teve e confirmação do confronto com as anfitriãs, o Brasil se tornou centro das atenções para a mídia local que acompanha a Copa do Mundo. Na véspera do duelo, o técnico Vadão e a atacante Debinha concederam entrevista coletiva e receberam uma chuva de perguntas de franceses.

Por algumas vezes, tiveram de repetir que era possível vencer as adversárias.

– Apesar dos problemas que tivemos, temos uma seleção que tem condição de fazer frente à França. A França tem torcida a seu favor, vive momento especial, quesitos que favorecem, mas tecnicamente falando, as coisas só vão se resolver no campo. Nós nos sentimos muito confiantes em relação ao jogo – disse o treinador brasileiro.

Provável escalação do Brasil: Barbara, Leticia, Kathellen, Mônica, Tamires; Formiga, Thaisa, Marta; Ludmila, Debinha e Cristiane.

Invicta na Copa do Mundo, França chega para o duelo contra o Brasil como favorita — Foto: ReutersInvicta na Copa do Mundo, França chega para o duelo contra o Brasil como favorita — Foto: Reuters

Invicta na Copa do Mundo, França chega para o duelo contra o Brasil como favorita — Foto: Reuters

Mas além da garra que as jogadoras têm mostrado diante das adversidades, quais motivos temos para acreditar que o Brasil é capaz de superar mais uma vez os problemas recentes, surpreender e frustrar as donas da casa diante de sua torcida?

A melhor de todos os tempos. Por mais tempo

Marta desembarcou na França rodeada por dúvidas. A lesão na coxa esquerda sofrida no início da preparação a tirou da estreia do Mundial. Jogou 45 minutos na segunda partida e quase 80 minutos no terceiro compromisso do Brasil. Após bater o recorde de gols em Copas do Mundo, a camisa 10 disse, na saída de campo, que ainda não estava 100%. E que isso viria gradativamente.

Expectativa é de que Marta consiga atuar os 90 minutos contra as francesas — Foto: ReutersExpectativa é de que Marta consiga atuar os 90 minutos contra as francesas — Foto: Reuters

Expectativa é de que Marta consiga atuar os 90 minutos contra as francesas — Foto: Reuters

Agora, a expectativa dela e da comissão é de que no duelo decisivo a capitã aguente o jogo inteiro. Um peso técnico e psicológico para o time. Ficou claro, principalmente na virada sofrida diante da Austrália no primeiro tempo, que a presença de Marta influencia não só as brasileiras, mas também a forma como as adversárias encaram a Seleção.

A força de uma Formiga

Aos 41 anos e disputando a sétima Copa do Mundo, Formiga é tratada como insubstituível pelo técnico e pelas companheiras. Suspensa, não jogou contra a Itália e passou os últimos dias em tratamento de uma entorse no tornozelo. Voltou ao campo na véspera da partida. A presença não foi confirmada pelo técnico Vadão, mas a expectativa da comissão técnica e médica é de poder contar com a veterana no duelo.

Se recuperando de entorse no tornozelo, Formiga ainda é dúvida para o jogo — Foto: Divulgação/CBFSe recuperando de entorse no tornozelo, Formiga ainda é dúvida para o jogo — Foto: Divulgação/CBF

Se recuperando de entorse no tornozelo, Formiga ainda é dúvida para o jogo — Foto: Divulgação/CBF

Formiga pode não ter a mesma velocidade de outros tempos, mas sua leitura de jogo será fundamental para o Brasil tentar impedir avanços do forte ataque francês. Além disso, a camisa 8 atua na liga da França e está acostumada a enfrentar nomes como Amandine Henry, Le Sommer e Wendie Renard.

Cristiane e sua última Copa do Mundo

A artilheira do Brasil já soma quatro gols nesta Copa e, mais do que isso, tem sido liderança fundamental dentro e fora de campo. Com seu discurso motivador, Cristiane ajuda, sobretudo as mais novas, no processo de não deixar o nervosismo subir na cabeça (como aconteceu diante da Austrália).

Foi uma das lideranças que assumiu protagonismo lá atrás, quando o time ”se fechou” após nove derrotas nos amistosos antes da Copa do Mundo. Também tentou manter a confiança do grupo quando a equipe sofreu com lesões e cortes.

Cristiane é a artilheira do Brasil na Copa do Mundo com quatro gols — Foto: ReutersCristiane é a artilheira do Brasil na Copa do Mundo com quatro gols — Foto: Reuters

Cristiane é a artilheira do Brasil na Copa do Mundo com quatro gols — Foto: Reuters

A atacante já deixou claro que esse será seu último Mundial. Assim como Marta, disputa a quinta Copa. Maior goleadora da história do futebol olímpico e uma das maiores do futebol brasileiro, há expectativa de que ela, que também se recuperou de lesões antes do torneio, aguente o máximo possível em campo. Sabe que é fundamental.

– Chegamos em uma fase que não dá mais para cometer erros, agora quem perder volta pra casa. Então, acho que temos que impor o nosso melhor futebol, não tem que ter medo de nada, temos que enfrentar de igual pra igual. Vamos pra cima – disse Cristiane.

O caminho até as oitavas:

O Brasil teve uma primeira fase irregular, com vitória tranquila sobre a Jamaica por 3 a 0, derrota amarga para a Austrália por 3 a 2, depois de ter aberto dois gols de vantagem, e a classificação suada ao bater a Itália por 1 a 0. As brasileiras ficaram atrás das italianas por causa do saldo de gols e das australianas por conta dos gols pró.

Lá vem a Argentina? Brasil passa em primeiro e espera por terceiro do Grupo B ou C; veja cenários

Com a primeira posição do Grupo A da Copa América assegurada após a goleada por 5 a 0 diante do Peru, a seleção brasileira já sabe onde atuará nas quartas de final: na Arena do Grêmio, na próxima quinta, em Porto Alegre. Mas falta saber qual será o rival. Na próxima fase, o Brasil pode enfrentar o terceiro colocado do Grupo B ou C. O adversário só será conhecido na próxima segunda, quando a primeira fase será encerrada. Entre as possibilidades, está a Argentina.

O regulamento da Copa América permite que os dois melhores terceiros colocados avancem de fase. Caso os dois terceiros saiam dos grupos B e C, o Brasil enfrenta a seleção que sair do Grupo C. Se um dos melhores terceiros for o Peru, a Seleção enfrentará a outra equipe.

Brasil goleou o Peru e aguarda definição do adversário nas quartas de final da Copa América — Foto: Ueslei Marcelino/ReutersBrasil goleou o Peru e aguarda definição do adversário nas quartas de final da Copa América — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Brasil goleou o Peru e aguarda definição do adversário nas quartas de final da Copa América — Foto: Ueslei Marcelino/Reut

  • Argentina: termina em terceiro do Grupo B se vencer o Catar e o Paraguai ganhar da Colômbia. Pode ser terceira também se empatar com o Catar, e a Colômbia ganhar do Paraguai por pelo menos três gols de diferença. No entanto, com dois pontos, só avançaria se o terceiro do Grupo C não fizesse melhor campanha.
  • Paraguai: termina em terceiro se não vencer a Colômbia e houver um vencedor no duelo Catar x Argentina. Pode ficar em terceiro também se perder por dois ou mais gols de diferença, e Catar e Argentina empatem. Com dois pontos, só avançaria se o terceiro do Grupo C não fizesse melhor campanha.
  • Catar: termina em terceiro do Grupo B se vencer a Argentina, e o Paraguai ganhar da Colômbia. Pode ser terceiro também se empatar com a Argentina, e a Colômbia ganhar do Paraguai por pelo menos dois gols de diferença. No entanto, com dois pontos, só avançaria se o terceiro do Grupo C não fizesse melhor campanha.

GRUPO C

Caso um dos dois melhores terceiros saia do Grupo C, ele necessariamente enfrenta o Brasil.

  • Uruguai: só termina em terceiro se perder para o Chile, e o Japão vencer o Equador e tirar oito gols de saldo de diferença.
  • Japão: termina em terceiro se vencer o Equador. Um empate garante a terceira posição da chave para o Japão, mas com dois pontos só avança se o terceiro do Grupo B não fizer melhor campanha.
  • Equador: ficará em terceiro só se vencer o Japão. Com três pontos, só avança se o terceiro do Grupo B não fizer melhor campanha.