Em enterro de homem negro morto por seguranças, amigos pedem investigação de fiscal

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PORTO ALEGRE – João Alberto Silveira Freitas, 40, o homem negro morto por seguranças do supermercado Carrefour em Porto Alegre foi enterrado neste sábado (21) sob clima de apelo por Justiça. No momento do fechamento do túmulo, além de condenarem os dois seguranças flagrados agredindo Freitas, eles e pediram o indiciamento de uma fiscal do Carrefour que aparece nas imagens da agressão.

Uma das pessoas a se pronunciarem publicamente na ocasião, o líder comunitário Paulão Paquetá, afirmou aos presentes que o supermercado já teria abrigado outros episódios de agressão, sem detalhar casos.

 velório e o sepultamento ocorreram no Cemitério Municipal São João, na zona norte de Porto Alegre… O corpo, velado desde as 8h em uma capela do cemitério, estava coberto da cintura para baixo por uma bandeira do Esporte Clube São José, time de futebol do qual Freitas era torcedor.

Além de amigos, familiares prestaram as últimas homenagens. A atual mulher, Milena Borges Alves, estava muito emocionada. Assim como ela, o pai de Freitas, João Batista Freitas, não se afastava por muito tempo do caixão.

Oambém estavam presentes três dos quatro filhos de Freitas: Thaís, 22, Tainara, 16, e Desiré, 9. O filho João Alessandro, 15, não quis participar da cerimônia. “Ele não quis vir. Disse que não quer ter a imagem do pai morto como última lembrança”, explicou Marilene Santos Manoel, ex-mulher de Freitas e mãe dos seus três filhos mais novos.

Depois de fechado, o caixão com o corpo de Freitas foi conduzido por amigos até sepultura. Durante o trajeto, cânticos religiosos cristãos foram entoados sob comando do seu pai, João Batista.

A cerimônia teve fim por volta das 11h45. Aos poucos e em silêncio, todos deixaram o cemitério. Não foram registradas manifestações.

 

Perto dali, funcionários consertavam e limpavam a parte externa da loja do Carrefour, que foi depredada na noite dessa sexta-feira, durante grande protesto contra a morte de Freitas.

João Alberto foi brutalmente espancado até a morte por dois seguranças brancos na saída da unidade do Carrefour no bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Vídeos que circulam em redes sociais mostram ele sendo agarrado pelas costas por um segurança e agredido por outro com diversos socos na cabeça. Laudo da necropsia indicou que ele morreu por asfixia. A repercussão do caso levou a protestos em todo o país, com uma loja do Carrefour tendo sido depredada em São Paulo.

Por Redação do ge — São Paulo

Lewis Hamilton posta foto de protesto contra morte em Porto Alegre:

Dan Istitene / Getty Images

O piloto britânico Lewis Hamilton não ficou calado diante da morte bárbara de mais um negro. O heptacampeão da Fórmula 1 fez uma postagem nas redes sociais prestando condolências à família de João Alberto Silveira Freitas e pedindo luta para que esse tipo de crime não aconteça novamente. Beto, de 40 anos, foi agredido e morto por dois homens brancos, incluindo um PM, dentro de um supermercado da rede Carrefour, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

– Devastado ao ouvir essa notícia, outra vida negra perdida mais uma vez. Ainda está acontecendo e temos que lutar para impedir que isso continue. Mandando todos os meus sentimentos e preces para você, Brasil. Descanse em paz, João Alberto Silveira Freitas – escreveu Lewis Hamilton.

Lewis Hamilton — Foto: Redes socias/Instagram

Lewis Hamilton — Foto: Redes socias/Instagram

Beto foi enterrado sob um clima de forte comoção neste sábado – a perícia aponta asfixia como provável causa da morte. Os agressores Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva foram presos em flagrante. Em nota, o supermercado Carrefour chamou o ato de criminoso e anunciou o rompimento do contrato com a empresa que “responde pelos seguranças que cometeram a agressão”.

Lewis Hamilton com a camisa de protesto que ele exibiu no GP da Toscana e foi criticada por Vitaly Petrov — Foto: Dan Istitene/F1 via Getty Images

Lewis Hamilton com a camisa de protesto que ele exibiu no GP da Toscana e foi criticada por Vitaly Petrov — Foto: Dan Istitene/F1 via Getty Images

Uma voz na luta antirracista
A postagem deste sábado não foi um ato isolado. Após o assassinato de George Floyd, homem negro sufocado pelo joelho de um policial branco em Minneapolis, Lewis Hamilton faz questão de se manifestar publicamente e pedir o fim da violência deliberada contra negros.

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Engajado nos protestos antirracistas, ele ergueu o punho cerrado em várias etapas da temporada. O piloto repete o gesto dos medalhistas olímpicos Tommie Smith e John Carlos, que eternizaram o sinal dos “Panteras Negras” nos Jogos Olímpicos do México de 1968.

Em setembro, no GP da Toscana, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) reagiu mal a um dos protestos do piloto e vetou o uso de camisetas no pódio da F1. Hamilton vestiu uma camiseta pedindo “prendam os policiais que mataram Breonna Taylor”, jovem americana também assassinada por policiais.

LEWIS HAMILTON