Em Mato Grosso do Sul, 105 pessoas morreram em confrontos com policiais em três anos

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Entre 2015 e 2017, 105 pessoas morreram em confrontos com policiais em Mato Grosso do Sul. Foram 39 mortes no ano passado, 26 no ano anterior e 40 em 2015, que registrou o maior índice.

Considerando o total de habitantes do Estado – 2.713.147 na última estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) – as taxas ficaram, em média, de 1,3 morte por total de habitantes.

Os dados são do Monitor da Violência, uma parceria do site G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em Mato Grosso do Sul, o levantamento só analisou os resultados de confrontos com policiais militares.

O Estado não enviou os dados de pessoas mortas por policiais civis para o Monitor da Violência e, mesmo o G1 entrando com recurso em 1ª instância, via Lei de Acesso, a Ouvidoria não disponibilizou as informações e sugeriu que entrassem com um segundo recurso.

Relembre alguns casos

Somente no mês passado, pelo menos seis pessoas morreram em trocas de tiros com policiais. No dia 9 de abril, Paulo César Buss Antunes, 24 anos, conhecido como ‘Brizolinha’, foi a óbito na MS-295, na região de fronteira. Ele havia fugido da delegacia de Eldorado e tinha uma condenação de sete anos e oito meses por roubo.

Gleisson Rafael dos Santos Silva, 25 anos, morreu em troca de tiros com a Polícia Militar logo após um assalto a residência em 14 de abril, na cidade de Três Lagoas. Ele tinha várias passagens pela polícia e, na data, foram apreendidos um revólver e uma espingarda.

Em 17 de abril morreram Lucas Aparecido Rosa da Silva, 22 anos, e outro jovem identificado apenas como Luizinho. A dupla estaria cometendo um assalto em uma loja, mas foi surpreendida pelos militares durante a ação.

Lucas e Luisinho – Foto: Aislan Nonato

Wesley Ferreira Valente, de 28 anos, mais conhecido como Chapolin, morreu durante abordagem em Coxim em 27 de abril. Os policiais da Rotai (Rondas Ostensivas e Táticas do Interior) auxiliavam a Polícia Civil, durante o cumprimento de vários mandados de busca, apreensão e prisão, quando foram recebidos com tiros pelo suspeito e revidaram. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

Encerrando as mortes do mês, no mesmo dia, Jeferson da Silva Lima, 21 anos, apelido “Tiririca”, morreu em Batayporã. O jovem teria rendido o motorista de um caminhão que ficou refém em um matagal. Ele chegou a ser levado para o Hospital Regional, mas faleceu durante o atendimento.

Tiririca – Foto: Reprodução/Facebook

Mapa da violência no país

Conforme o levantamento, o Brasil teve, no ano passado, 5.012 pessoas mortas por policiais – 790 a mais que em 2016. No mesmo período, 385 policiais foram assassinados – número menor que o do ano anterior.

O número de vítimas em confronto com a polícia cresceu 19% em um ano. Já o de policiais mortos caiu 15% – foram 453 oficiais assassinados em 2016.

Amapá, Rio de Janeiro, Pará, Acre e Alagoas são os estados que a polícia mais mata. Destes, o Rio de Janeiro, que está sob intervenção militar, tem o maior número absoluto de mortos por policiais (1.127) e de policiais mortos (119).

São Paulo é o estado com a maior proporção de mortes por policiais sobre o total de crimes violentos: 19,5%.

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