Empresa ganha licitação, mas abandona tratamento de menino alegando que caso é ‘muito grave’

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Com necessidade constante de cuidados especiais, João Lucas viveu mais um 7×1 em seus dias de luta. Após o período de contratação emergencial de home care acabar, uma nova empresa assumiria os cuidados em sua casa nesta segunda-feira (31). Porém, o que se viu foi descaso, receio e rejeição.

“A empresa chegou para atender, pois tinha vencido a concorrência e, quando viu a complexidade do caso do João, simplesmente falou que não ia atender. Virou as costas e foi embora”, conta a mãe, Mônica Bessa, que luta pelos cuidados do menino de três anos.

A história de João Lucas se arrasta em uma briga judicial desde que o menino nasceu e, a cada seis meses, segundo a mãe, é um desespero. “Na administração passada eles deixaram de pagar, tivemos que entrar judicialmente e a administração atual fez um contrato emergencial. Mas avisei, desde o começo, que era necessário o tratamento direto sem interrupções, já sabendo que uma licitação demora. Fizeram pelo menor preço. Disseram que tem que ser assim. O resultado foi esse”, narrou a mãe num discurso quase que repetido devido as idas e vindas da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e Defensoria Pública.

O TopMídiaNews acompanha a vida de João Lucas e a luta da família. O pai Marlon, gesseiro, fica no apoio, mas também tem dúvidas.

“O atendimento mensal que João Lucas recebe tem o custo médio de R$ 28 mil e envolve profissionais da enfermagem, fisioterapeuta, nutricionista, médico e fonoaudiólogo. Tem que ser especializado. O tratamento dele é para sempre. Então, qual o motivo de a cada seis meses vivermos esse desespero?”, questiona.

A “sorte” é que a atual empresa que atende João Lucas sabe da condição dele e não abandonou o posto. “A empresa que atende atualmente chegou a ficar um ano sem receber. Um ano todo e ainda assim, foram pacientes e não deixaram meu filho correr risco. Espero que agora a Sesau perceba que não é uma empresa de fundo de quintal ou que ofereça o menor preço que pode cuidar de casos como estes”, afirma Monica.

Secretaria assume que empresa desistiu

Por meio de nota, a  Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) confirmou que já foi comunicada sobre a desistência da empresa La Vie Qualidade em Saúde para o atendimento do paciente João Lucas.

Segundo a prefeitura, a justificativa é de que a empresa não teria condições de atender o paciente por conta da complexidade do caso. “O certame para contratação da empresa se deu por dispensa de licitação e ela apresentou o menor preço, seguida de mais duas empresas”.

Agora, a própria Sesau assume que tentará renovação com a empresa que já atende a criança. “O setor jurídico e de compras da Sesau já está trabalhando neste caso para anular a proposta das duas outras empresas e tentar renovar com a KZT, que apresentou o maior preço”.

Para não deixar o menino sem atendimento, a assessoria garantiu que “paralelamente, a Sesau já entrou em contato com a KZT informando a situação e solicitando que o serviço não seja suspenso até que a situação seja resolvida a fim do paciente não ser desassistido”.

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