O ex-diretor da secretaria da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, Jedeão de Oliveira ganhou notoriedade após realizar denúncias contra seu chefe imediato da época o então titular do juizado, e atual candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, Odilon de Oliveira.
Jedeão deixou o cargo após 21 anos, acusado de desvios superiores a R$ 11 milhões. Ele tinha Odilon como assessorado e seu chefe imediato, além de ser primo de 5º grau do juiz aposentado. Há algumas semanas, o ex-funcionário decidiu vir a publico e acusar o ex-magistrado de um esquema de venda de sentenças.
Em uma entrevista concedida ao Jornal Midiamax, Jedeão disse que está sendo perseguido e recebe ameaças em decorrência das acusações feitas, e detalhou o esquema em que acusa Odilon. De acordo com a publicação, o ex-assessor negou ter desviado os R$ 11 milhões e tirou provas de que o ex-juiz negociava e vendia sentenças.
Em um trecho da entrevista do Midiamax, é relatado por Jedeão alguns aspectos do esquema. “Eu cito a liberação de bens que estava ocorrendo com um traficante da fronteira. Primeira coisa, eu não acreditava naquilo, jamais ia acreditar. Eu já levava de imediato para ele [Odilon] e dizia ‘oh, acabei de receber a informação que o senhor está vendendo uma sentença’ e daí vinha as medidas que ele tomava, de pronto ele rechaçava […] essa pessoa que me ligou contanto isso, eu levei para ele. E daí veio a solução dada. A primeira coisa que ele fazia era culpar os servidores da secretaria ‘vocês estão liberando informações privilegiadas para outras pessoas e essas pessoas estão vendendo informação’”.
O ex-diretor contou que acreditava que os servidores eram pessoas corretas e por isso as falas de Odilon não procediam.
No debate entre os candidatos ao executivo, organizado também pelo Midiamax, o governador Reinaldo Azambuja cobrou explicações de Odilon acerca das denúncias feitas. “Como candidato deve explicações à sociedade, não adianta só dizer que é armação política”.
O candidato Juiz Odilon afirmou por meio da assessoria que ele mesmo demitiu Jedeão de Oliveira assim que soube dos desvios praticados pelo ex-funcionário. Ele também afirmou que o primo responde ação penal pela apropriação dos bens da Vara de Justiça. “Dois anos depois de sua demissão, após o juiz se firmar como pré-candidato ao governo, surge esse servidor, também a título de vingança, fazendo falsas acusações contra quem o puniu”, relata um trecho da nota.
