Inofensivas, capivaras carregam carrapatos transmissores de doenças e provocam alerta em MS

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Admiradas por todos os campo-grandenses, as capivaras que habitam os principais parques de Campo Grande podem representar uma ameaça à saúde pública devido aos parasitas. A Febre Maculosa, transmitida pelo carrapato facilmente encontrados nos animais, podem trazer sérios dano à saúde. De 2015 para cá, 20 casos foram registrados na Capital, sendo apenas cinco confirmados em laboratório. Os dados são da vigilância epidemiológica da Sesau.

Para o presidente da Comissão Permanente de Defesa, Bem-Estar e Direitos dos Animais, vereador Francisco Gonçalves, do PSB, o problema não são exatamente as capivaras, mas sim os carrapatos hospedeiros da doença. “Nós precisamos viver em harmonia com os animais: capivaras, tamanduás e lobinhos”.

E continua, “só que devido a falta de espaço, as capivaras, por exemplo, são encontradas facilmente nas vias urbanas fora do seu habitat natural. Nos parques, as pessoas têm o costume de fazer pinique, forram toalhas no chão. E aí que está o perigo, podem ser picados pelos carrapatos que portam a doença”.

A preocupação é que, como há livre circulação de milhares de animais nos parques, os riscos de contaminação são grandes. “É uma doença grave com risco mortal, o diagnóstico pode se confundir com outras doenças. Uma dessas pessoas picada ficou com sequelas em razão da doença. Por isso, é importante que a população tome muito cuidado. Mas também não se deve alarmar, a rede de saúde tem infectologistas que são altamente capacitados e podem fazer tratamento correto”.

Em Campo Grande, há duas colônias de capivaras monitoradas. Parque das Nações Indígenas e do Lago do Amor, juntam, passam de milhares de animais localizados. “Nós não podemos dizer que há uma superpopulação, mas elas também não têm um predador natural e, onde há água e mato, tem capivara. E a cada dia, elas estão saindo dos espaços delas e ganhando às vias públicas”.

Simpósio

O vereador Francisco ainda disse que a audiência pública foi importante, “porque trouxemos diversos especialistas, inclusive de renome internacional. Há um especialista de Campo Grande, que há 30 anos estuda o carrapato. E isso foi importante para nós”.

Para 2018, um simpósio sobre o tema está programado e deverá discutir de forma mais aprofundada o tema. “Estamos conversando com o Conselho  Municipal de Saúde e do Meio Ambiente, Academia de Medicina Veterinária, além das universidades UCDB, UFMS e Embrapa. Acredito que no primeiro trimestre do ano que vem, devemos realizar esse simpósio. Já tem um grupo cuidando deste assunto que é importante para todos nós”, finaliza.

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