Cerca de 1.900 pessoas protestaram, na tarde desta terça-feira (3), a favor e contra o ex- presidente Lula. Os atos ocorrem na véspera do julgamento do habeas corpus do petista no Supremo Tribunal Federal.
Movimento encabeçado pelo Movimento Brasil Livre – Mato Grosso do Sul (MBL-MS), reuniu 1.500 pessoas nos primeiros 30 minutos de protesto. Eles exigem que ministros do STF neguem habeas corpus que impeça Lula de ir pra cadeia, já que foi condenado em segunda instância, no TRF-4.
Com trio elétrico, camisetas verde e amarela, fogos de artifício e uma faixa gigante, os manifestantes ocuparam toda a pista da Afonso Pena, em frente ao Ministério Público Federal. A parte da via que vai em direção ao Parque dos Poderes foi toda interditada para a manifestação.
Manifestantes pedem prisão de Lula ao STF. (Foto: Wesley Ortiz)
Conforme uma das organizadoras, Soraya Thronicke, do Movimento Reaja Brasil, o público participante pode chegar até 4 mil pessoas. Todos pedem isenção no julgamento do petista condenado.
”Estamos vivendo um momento de ‘desespero jurídico’, em que chama a atenção que a Constituição não esteja sendo respeitada, e que as decisões não são tomadas igualmente”, protesta.
A dirigente diz que o peso político do ex-presidente esteja influenciando o julgamento. ”Somente por ser o Lula há um entendimento diferente da aplicação da justiça. queremos igualdade e direitos respeitados”, completa.
Josivaldo Pereira, 51 anos, empresário, disse que vai a todo protestos contra a esquerda, porque está cansado de ver o ‘movimento comunista tomar conta’. Ele estava com a família e diz que fica até a madrugada se for preciso.
Apesar da interdição da pista da Afonso Pena em direção ao Shopping Campo Grande, o trânsito ficou congestionado na via, devido a movimentação dos manifestantes. Movimentos Reaja Brasil, Direita MS, Chega de Impostos, Voluntários da Pátria, Pátria Livre e Fora Corruptos também participaram da ação.
Protestos semelhantes acontecem em Dourados e Ponta Porã, realizados pelo MBL-MS.
A favor de Lula
O protesto em defesa do ex-presidente Lula começou às 16 horas na esquina da avenida Afonso Pena com a 14 de Julho. No local, diz o presidente da CUT-MS, Genílson Duarte, entre 300 e 400 pessoas participaram do ato, chamado de Lula Livre em Defesa da Democracia.
Conforme o dirigente, o ato foi pacífico e não só em defesa de Lula, mas da democracia, já que o artigo 5º da Constituição Federal diz que uma pessoa só pode ser presa após o último recurso disponível.
Presidente da CUT lidera protesto em favor de Lula. (Foto: Wesley Ortiz)
O protesto uniu partidos de esquerda e diversos movimentos sociais, como a Marcha Mundial das Mulheres. Da classe política, discursaram os parlamentares Pedro Kemp (PT), João Grandão (PT), Cabo Almi (PT) e o pré-candidato ao governo do estado, pelo Partido dos Trabalhadores, Humberto Amaducci.
Havia carro de som e os militantes faziam panfletagem para reforçar a ideia de que o Supremo Tribunal Federal tem de conceder habeas corpus preventivo a Lula.
