MS está na região com maior aumento em mortes de crianças por diarreia no país

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Mato Grosso do Sul figura em destaque na estatística negativa sobre a mortalidade de crianças nos últimos anos no Brasil. Isso porque a região Centro-Oeste é a que teve maior aumento de mortes de crianças de até cinco anos por diarreia no país, 48% entre 2015 e 2016, conforme o Ministério da Saúde.

A taxa de mortes de crianças de até um ano é de 12,1 a 14,9 a cada mil nascidas vivas em Mato Grosso do Sul. No caso da diarreia, o Centro-Oeste teve maior aumento percentual, mas Norte e Nordeste concentram 62% dos casos, com aumento de 25% e 8% no período pesquisado. Juntas, as três regiões somam 74% das mortes.

Na Capital, 7.214 crianças entre zero e cinco anos foram atendidas pela rede pública de saúde entre janeiro e julho deste ano, com diagnóstico de diarréia e gastroenterite de origem infecciosa presumível, em levantamento da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). A incidência nesta faixa etária representa quase o triplo em relação a crianças e jovens entre seis e 14 anos, com 2.735 casos.

Em reportagem publicada pela Folha de São Paulo, os dados são relacionados com a piora da situação econômica dos brasileiros e a epidemia do vírus Zika, especialmente nas regiões norte e nordeste. De acordo com dados divulgados em março de 2018 pela Gerência Técnica de Endemias da Sesau, os números de casos de Zika e Chikungunya aumentaram em Campo Grande.

A doença, advinda da picada do mosquito Aedes aegypti, causa diarreias e, em gestantes, também a má formação dos bebês, que nascem em estado crítico e alta chance de não sobreviverem. Contudo, de forma geral, a diarreia é tida como uma doença evitável, consequência da renda ínfima de famílias, com o desemprego, estagnação de programas sociais, cortes na saúde pública.

Diarreia

Conforme classifica a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância é um órgão das Nações Unidas),  diarreia é um sintoma comum de infecção gastrointestinal, que pode ter várias origens. No entanto, muito poucos organismos produzem os casos mais graves. Mas um, o rotavírus, é responsável por mais de 40% de todas as internações de crianças menores de 5 anos.

O acesso à água potável e boas práticas de higiene são altamente eficazes na prevenção de diarreia infantil. A lavagem das mãos com sabão e água reduz a incidência de doenças diarreicas em mais de 40%, mas a saúde geral e o estado nutricional de crianças determinam a gravidade dos casos.

Prevenção 

A reportagem do TopMídiaNews entrou em contato com as secretarias de saúde municipal e estadual, solicitando dados sobre os específicos casos confirmados e de mortes das respectivas enfermidades, em Campo Grande e no panorama estadual, além das medidas públicas para evitar a alta incidência delas.A secretaria estadual não encaminhou resposta.

Já na Capital, as salas de vacinas das unidades básicas de saúde municipais (UBS/UBSF) estão abastecidas com a vacina do Rotavírus Humano, conforme a Sesau, sendo que a imunização é indicada para bebês aos 2 e aos 4 meses de idade. A vacina Rotavírus Humano teve cobertura vacinal de 82,01% em 2017, com 11.648 crianças vacinadas. Até o 1º quadrimestre de 2018, foram imunizadas 3.980 crianças, com cobertura vacinal de 84,04%.

A meta recomendada pelo Ministério da Saúde é de 90%, por isso os pais e responsáveis são atores sociais importantes no processo de manutenção da eliminação da doença e devem comparecer às unidades básicas de saúde (UBS/UBSF) com suas crianças, levando a caderneta de vacinação para avaliação e registro da vacina.

As salas de vacinação das unidades funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h15 às 10h45 e das 13h às 16h45.

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