O que fazer em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, além das compras

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Com o dólar nas alturas, o turismo de compras na fronteira com o Paraguai perde força, pelo menos enquanto durar a disparada da moeda americana. Mas se você já havia se programado a viajar para Ponta Porã, no lado sul-mato-grossense, e Pedro Juan Caballero, no lado paraguaio, inclua no seu roteiro passeios por lugares históricos e de belezas naturais que as duas cidades oferecem.

Nesta terça-feira, 21, o dólar no comércio paraguaio iniciou o dia cotado a R$ 4.34, patamar nada animador se o objetivo for só fazer compras. Como os brasileiros formam a grande maioria da clientela, os comerciantes em Pedro Juan Caballero torcem para que a economia no Brasil encontre logo um rumo e que a moeda americana baixe o quanto antes. “Nos últimos dias tem sido uma paradeira”, disse vendedora brasileira em uma loja de perfumes.

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De tão próximas, Ponta Porã e Pedro Juan Caballero se confundem territorialmente. Para mudar de cidade e de país basta atravessar a Avenida Internacional, e se você não estiver atento nem saberá de que lado da fronteira estará no momento da travessia. Assim, sempre o que acontece de ruim na economia do lado de cá tem reflexos do lado de lá.

“Mas a nossa fronteira não se resume apenas em turismo de compras. Tem muita coisa além disso para o turista conhecer e se enriquecer de cultura e conhecimento sobre a história de Brasil e Paraguai”, disse ao canal de turismo Lugares Por Onde Ando, do Campo Grande News, o professor e pesquisador Yhulds Giovani Bueno, filho de pais gaúchos, nascido em Ponta Porã.

Ele garante que há muito mais do que um cenário de compras. “Ponta Porã já teve o status de Capital Federal. Foi no período de 1943 a 1946, quando aqui funcionou o Território Federal de Ponta Porã, criado em 13 de setembro de 1943 pelo Decreto-lei n.° 5 812, do governo de Getúlio Vargas. Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, o governo desmembrou seis territórios estratégicos de fronteira para evitar eventuais ataques, e Ponta Porã foi um deles”, contou Yhulds.

Para quem gosta de história, Yhulds Giovani Bueno lista outros atrativos que considera relevantes em Ponta Porã, como o prédio do 11º Regimento de Cavalaria Mecanizada, construído em 1941, a antiga Estação Ferroviária, inaugurada entre as década de 1940 e 1950, o Museu da Erva Mate, que mostra o ciclo da erva mate na região fronteiriça com fotos de época, objetos antigos e acervo bibliográfico, o Marco Grande, construído a partir do Tratado de 1872 no trevo da saída para o município de Antônio João, que delimita a nossa fronteira de 1.365 km de extensão, e o Castelinho, uma construção da década de 1920, sede do Governo do Território Federal de Ponta Porã.

Em Pedro Juan Caballero, o Parque Laguna Ponta Porá, um marco importante na história das duas cidades (Foto: Reprodução)Em Pedro Juan Caballero, o Parque Laguna Ponta Porá, um marco importante na história das duas cidades (Foto: Reprodução)

No lado paraguaio, Pedro Juan Caballero tem o turismo histórico e de aventura, e entre os grandes atrativos estão as belezas naturais do Parque Nacional Cerro Corá, a 35 km de Ponta Porã. Criado em 1976, o parque não é só uma reserva natural, é também uma referencia cultural histórica por ter sido palco da última batalha da Guerra do Paraguai em 1º de março de 1870, além das suas cavernas com pinturas rupestres pré-colombianas.

Com 5.538 hectares, o Parque Nacional Cerro Corá oferece ao turista a possibilidade de contemplar 120 tipos diferentes de aves e mamíferos, além de trilhas por lugares históricos, como o túmulo do Marechal Solano Lopes, o presidente do país na época da guerra, e considerado um herói paraguaio.

A 2,4 km do centro de Ponta Porã está a Laguna Punta Porá, um pequeno parque urbano com lago e área de lazer e caminhada, considerado um marco do início da colonização e fundação da cidade de Pedro Juan Caballero. Na guerra com o Brasil o local foi ponto de descanso dos soldados paraguaios, a caminho de Cerro Corá, e ainda no Século 19 serviu de parada dos carreteiros que transportavam erva mate e outros produtos na região da fronteira

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