Turismo de contemplação de onças no Pantanal pode gerar receita que ultrapassa os R$ 27 milhões de reais por ano, segundo levantamento da Organização Não Governamental (ONG) Panthera Brasil, de proteção aos felinos no Pantanal.
A região onde a Panthera está instalada é conhecida pela grande concentração de onças, pelo difícil acesso e ambiente protegido. Elas são facilmente avistadas na beira dos rios e se tornaram atrações para turistas. Isto motivou reuniões técnicas com fazendeiros e donos de pousadas, além de guias, para fomentar o turismo de contemplação.
“Estas palestras e visitas técnicas proporcionaram que o turismo se ampliasse e oferecesse algo mais além da pesca, atraindo diversos turistas internacionais que se hospedam em antigas fazendas para contemplar as onças”, explica Leonardo Duarte, presidente da ONG. Como resultado, operadores do turismo formaram a AECOPAN, formada por guias e operadores de turismo que atuam no segmento de observação de onças-pintadas.
“A Panthera Brasil é responsável pela gestão da Fazenda Jofre Velho no município de Poconé (MT). Nesta propriedade desenvolve atividades de pecuária, com experimentos para prevenção de ataques de onças-pintadas no rebanho. Também possui nove apartamentos para receber visitantes e doadores da Panthera Brasil, que ajudam a nossa base financeira”, revelou.
Estudo de pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade de East Anglia, universidade pública de pesquisa britânica, apontou que a renda com a conservação e o turismo de observação de onças-pintadas no Pantanal supera em 56 vezes eventuais ataques das onças na pecuária.
Em 2015, o ecoturismo da onça teve receita anual de US$ 6,8 milhões de dólares, quase R$ 27 milhões de reais na cotação atual. “Com o turismo de contemplação, os criadores podem compensar qualquer perda que possam vir a ter com ataque ao rebanho. É uma equação onde todos ganham: os criadores e o meio ambiente”, concluiu o presidente da Panthera.
* Com informações da assessoria
