Operação Omertà prende delegado Obara, mais 3 e cumpre mandados na fronteira de MS

0

A força-tarefa que toca as investigações da Operação Omertà cumpre mandados de prisão e buscas na manhã desta quinta-feira (18). O delegado Márcio Shiro Obara, ex-titular da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) foi preso.

Além dele, há mandados de prisão para um investigador, também da Polícia Civil de MS, e buscas em cidades do interior. Em Ponta Porã, a polícia cercou logo cedo a casa do empresário Fahd Jamil, que já foi investigado e condenado por narcotráfico. Ele não foi encontrado.

Ainda na cidade de fronteira com o Paraguai, mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em uma propriedade rural de Fahd, com equipes do Garras e do Gaeco. Ainda não se sabe se houve prisões, apesar de haver mais dois mandados.

Durante a deflagração da operação nesta quinta, mais três pessoas foram presas e levadas para a sede do Garras, sendo que duas delas teriam ligação com o empresário Jamil Name, apontado pelas investigações como suposto chefe de milícia armada que atuaria em MS com execuções e rede de influência política e judiciária.

O empresário está preso na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, desde novembro de 2018. Mandados de busca e apreensão também são cumpridos na casa de um investigador da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios). O Midiamax apurou ainda que foram cumpridos contra Jamil Name e Jamil Name filho novos mandados de prisão preventiva por organização criminosa.

Execução do chefe na segurança do Legislativo

O delegado preso estava sendo investigado na primeira fase da Omertà por receber propina no valor de R$ 100 mil depois do assassinato do policial da reserva e chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ilson Figueiredo, em junho de 2018.

Figueiredo teria sido executado em Campo Grande em vingança pela morte de Daniel Alvarez Georges, 43 anos, filho de Fahd Jamil.

O chefe de segurança do Legislativo de Mato Grosso do Sul foi acusado de ‘sumir’ com Daniel em maio de 2011 e o corpo nunca foi localizado.

As investigações também se deram depois do assassinato de Matheus Coutinho que acabou morto em frente de sua casa com tiros de fuzil, em abril de 2019.

Operação Omertà

Na primeira fase da Omertà, o empresário Jamil Name, Jamil Name Filho, além de policiais civis e guardas municipais foram presos por suspeita fazerem parte de suposta milícia armada.

As investigações tiveram início em abril de 2019, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier, conduzidas pelo Garras.

Na segunda fase da Operação Omertà, em março de 2020 foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em cinco cidades de Mato Grosso do Sul e em João Pessoa, na Paraíba.

Em seguida, foi deflagrada nova fase após descoberta de suposto plano contra autoridades, entre elas promotor de Justiça do MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) que atua no Gaeco.

Policiais civis, guardas municipais e policial federal

O Garras e o Gaeco, com apoio dos Batalhões de Choque e o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, cumpriram mandados de prisão preventiva, prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande e Bonito, em setembro de 2018.

A ação levou à prisão de policiais civis, guardas municipais, policial federal e militar do Exército, suspeitos de integrarem grupo para crimes de porte ilegal de armas, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros.

As investigações tiveram início em abril, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier, conduzidas pelo Garras.

Polícias fazem operação contra grupo que estaria ligado a execuções em MS; delegado é um dos presos

Há diversas equipes nas ruas. Uma delas em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai.

18 junho 2020 – 09h30Por G1MS

Polícias de Mato Grosso do Sul fazem nesta quinta-feira (18) operação que teria como alvos pessoas ligadas a um grupo suspeito de execuções no estado. Segundo as primeiras informações, há diversas equipes nas ruas de vários municípios para cumprir mandados expedidos pela Justiça. Esta seria a terceira fase da operação Omertá.

Um delegado de Polícia Civil lotado em Campo Grande está entre os presos na operação. Entre os locais em que a ação é realizada está também uma residência de luxo em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. Na entrada do imóvel, há diversos policiais armados com fuzis e viaturas.

Operações

A primeira fase da operação Omertá foi deflagrada em setembro de 2019. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e o Gaeco prenderam empresários, policiais e, na época, guardas municipais, investigados por execuções no estado.

Na segunda fase, em março de 2020, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apreendeu arma no apartamento do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ex-deputado estadual, Jerson Domingos, em Campo Grande.

Execuções

A suspeita é que o grupo tenham executado pelo menos três pessoas na capital sul-mato-grossense, desde junho de 2018. Outras mortes também estão sendo investigadas.

A última morte atribuída ao grupo é do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, de 19 anos. Ele foi atingido por tiros de fuzil no dia 9 de abril, quando manobrava o carro do pai, na frente de casa, para pegar o dele e buscar o irmão mais novo na escola.

Pouco mais de um mês depois, no dia 19 de maio de 2019, policiais do Garras e do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BpChoque) apreenderam um arsenal com um guarda municipal, em uma casa no Jardim Monte Líbano. Foram apreendidos 18 fuzis de calibre 762 e 556, espingarda de calibre 12, carabina de calibre 22, além de 33 carregadores e quase 700 munições.

Segundo as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, esse arsenal pertencia ao grupo preso na operação Omertà.

Milícia

A chefia do grupo é atribuída pela polícia ao empresário Jamil Name, seguida do filho dele, Jamil Name Filho. Ambos e mais um policial suspeito de envolvimento na milícia estão presos desde a primeira fase da operação Omertá e estão no Presídio Federal de Mossoró.

Um suposto plano da milícia do jogo do bicho para matar um promotor de Justiça e um delegado que comandaram as investigações que desarticulou o grupo em Mato Grosso do Sul foi descoberto em um pedaço de papel higiênico em uma cela do presídio onde os três estão.