Pais de primeira viagem: especialistas contam tudo o que vocês precisam saber

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Se na ficção o casal Taís, interpretada por Renata Gaspar, e Pedro, por George Sauma, passa um perrengue na série “Pais de primeira”, na vida real a situação não é diferente. Os pais têm nove meses para se preparar para a nova rotina, mas, quando o bebê chega, todo dia é uma experiência nova — e, muitas vezes, inesperada.

E, para quem achou que maternidade e paternidade seriam só alegrias, as surpresas podem chegar no primeiro contato com a criança. Horas depois de nascer, o bebê é levado à mãe para a primeira amamentação, e é normal que ele chore e tenha dificuldade de sugar corretamente a mama. Por isso, ter paciência, manter a calma e pedir ajuda aos profissionais da maternidade é o mais indicado.

— Até o sexto mês de vida, o ideal é que a criança seja alimentada exclusivamente com o leite materno, lembrando que a amamentação cruzada não é permitida, ou seja, cada mãe deve alimentar só o seu bebê — alerta Priscila de Mattos Sillero, pediatra e coordenadora do CTI Pediátrico do Prontobaby.

As primeiras noites após a chegada do bebê costumam ser um dos grandes desafios dos pais. A criança que passou nove meses em um ambiente escuro e molhado, agora precisa se adaptar à realidade do mundo externo. Muitas delas trocam o dia pela noite e deixam os pais de cabelo em pé.

— Durante o dia, os pais devem ter uma rotina normal dentro de casa, com barulho, luz acesa, janela aberta, claridade do dia. À noite, a casa precisa ficar escura mesmo, com silêncio, ambiente fresquinho. Aos poucos, a criança vai começar a se adaptar à rotina da casa e entender que o dia é para ficar acordada e a noite é para dormir — aconselha Letícia Paura, pediatra da MediMed Saúde.

A pele do bebê, que é bem fininha, precisa de cuidados especiais. Por isso, é importante evitar usar produtos que tenham cheiro e que não sejam indicado para bebês. Uma alergia logo nos primeiros dias de vida pode trazer grandes problemas para a criança.

Contra palpites, pediatra

Antes e depois da gestação, os pais serão bombardeados com palpites, tanto de pessoas próximas, como os avós do bebê, quanto de gente desconhecida. Ouvir a voz da experiência pode fazer bem, mas se você perceber que as dicas estão passando dos limites, agradeça e diga que vai conversar com o pediatra.

— As pessoas querem ajudar dando conselhos. Entretanto, os bebês e as famílias são diferentes uns dos outros e, muitas vezes, esses conselhos aumentam a ansiedade dos novos pais. Por isso, é importante ter um vínculo forte com o pediatra para sanar dúvidas — orienta Priscila Aires, pediatra da Perinatal.

Cuidar e educar um filho é uma missão para a vida toda, por isso, alguns pais procuram estudar sobre o tema. Para estes casos, Letícia indica o livro “Os segredos de uma encantadora de bebês”; já Priscila de Mattos sugere “Disciplina positiva” e “O bebê mais feliz do pedaço”.

A Sociedade Brasileira de Pediatria tem a campanha “Mais que um palpite”, que visa tirar dúvidas dos pais sobre vários temas. Para ver os conteúdos e vídeos, basta acessar o site www.maisqueumpalpite.com.br. As dicas também estão no Facebook.

Fontes: Ana Carolina M. Hissa de Sá (obstetra); Clay Brites (pediatra e neurologista infantil do Instituto NeuroSaber); Juliana Esteves (obstetra do Hospital Federal dos Servidores); Letícia Paura (pediatra da MediMed Saúde); Mariana Conforto (obstetra da Perinatal); Mario Groisman (dentista); Priscila Aires (pediatra da Perinatal); Priscila de Mattos Sillero (pediatra e coordenadora do CTI Pediatrico do Prontobaby Hospital da Criança).