Para monitorar praga, pesquisador faz mapeamento de javalis em MS

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O estudo visa identificar as regiões onde mais ocorrem populações do animal, os motivos da sua presença na região, e as possíveis rotas de deslocamento, caso a invasão de javalis e outras linhagens de porcos-do-mato continuem avançando.

Considerada uma poderosa praga invasora, os javalis selvagens em Mato Grosso do Sul são tema de pesquisa do biólogo Wagner Fischer, que pretende traçar um panorama da estrutura e hábitos populacionais destes animais no Estado.

O estudo visa identificar as regiões onde mais ocorrem populações do animal, os motivos da sua presença na região, e as possíveis rotas de deslocamento, caso a invasão de javalis e outras linhagens de porcos-do-mato continuem avançando.

Fischer defende que sua pesquisa pode contribuir para o monitoramento dos animais em território sul-mato-grossense. “Descobri que havia estudos sobre essas ocorrências no território nacional, e pensei que uma pesquisa específica sobre o assunto em MS poderia ser bem relevante para o manejo e controle da espécie no estado, cuja gestão envolve questões bastante complexas”.

Segundo o pesquisador, o Javali foi trazido ao Brasil por criadores para exploração comercial da carne. Entretanto, livre na natureza, o animal se tornou uma praga.

Atualmente, javalis e outras espécies híbridas dominam amplas áreas em diversos estados do País, trazendo consigo danos e prejuízos não apenas a produtores rurais, mas também ao meio ambiente, à saúde e segurança públicas.

Wagner Fischer explica sua pesquisa. (Foto: Divulgação/UFMS)

Wagner Fischer explica sua pesquisa. (Foto: Divulgação/UFMS)

Sem predadores naturais, estes animais estão no topo da a lista das 100 piores espécies invasoras do Planeta, elaborada pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

Em 2013, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) publicou uma instrução normativa regulamentando o manejo do javali com autorização do abate para controle. Sendo proibido vender, comercializar e distribuir a carne do animal.

Em três anos, produtores de Mato Grosso do Sul abateram 672 animais, sendo que o maior número registrado foi em Dourados.

Contribuição – Na reta final da coleta de dados, quem tiver interesse pode ajudar na pesquisa de Wagner Fischer. Para tanto, basta responder um questionário online, disponível aqui.

“O questionário é rápido e não costuma levar mais do que 15 minutos para ser concluído. A participação da sociedade é imprescindível para ampliar, checar e aprimorar o mapeamento, dando mais precisão ao geoprocessamento da distribuição espacial das populações de javali no estado”, reforça Wagner.

Aumento da população de javalis – Conforme o bolsista de Desenvolvimento Regional da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), Fernando Ibanez, os javalis chegaram em Mato Grosso do Sul em 1990 trazidos do Uruguai, pelos homens e entraram pela região Sul do Estado. As matrizes trazidas para cá, cruzaram com porcos domésticos, gerando os javaporcos. Este cruzamento apresenta elevada capacidade reprodutiva, pois a genética do porco doméstico é selecionada para um alto desempenho reprodutivo.

Segundo Martins, não houve controle populacional destes animais e os prejuízos começaram a ficar críticos a partir de 2005. “Os relatos de produtores do Estado devido aos ataques de javalis vem piorando a cada ano, mas o problema cresceu mesmo de 2005 a 2010. Não há um número certo de quantos animais têm no Estado”.

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