Paraguai coloca câmeras com reconhecimento facial após assassinatos dobrarem

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O Governo do Paraguai inaugurou nesta quarta-feira, dia 04 de setembro, um sistema de monitoramento com 96 câmeras em Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. As câmeras foram colocadas em pontos estratégicos da cidade e 20 delas tem a tecnologia de reconhecimento facial ou de placas de veículos.

As imagens são vistas em tempo real por policiais em um centro de monitoramento. De acordo o Ministério do Interior, os equipamentos foram colocados após a assinatura de um acordo de cooperação entre Paraguai e o governo de Taiwan.

Ainda segundo o ministério, os equipamentos buscam identificar autores de crimes. Esse ano, 61 pessoas foram executadas na região de fronteira com o Paraguai, o número é mais do que o dobro do registrado no ano anterior, com 30 mortes.

Os assassinatos na fronteira tem carateristas semelhantes, geralmente são executados por homens fortemente armados que utilizam pistolas automáticas e até fuzis. As vítimas são surpreendidas em comércios da cidade ou quando estão dirigindo. As ações são rápidas e os autores dificilmente são identificados.

Guerra pelo controle do tráfico na fronteira

A fronteira do Brasil com o Paraguai, em Ponta Porã, região sul de Mato Grosso do Sul, sempre foi marcada por execuções, tiroteios, tráfico de drogas e armas. Os confrontos intensificaram-se com a disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico na região. Em 2018, pelo menos 30 execuções estariam ligadas à guerra do tráfico.

A característica violenta da faixa de fronteira ganhou ares de guerra em 2016, após a morte do narcotraficante Jorge Rafaat, conhecido como “rei da fronteira”, executado com tiros de metralhadora. O G1 traçou um panorama da disputa pelo tráfico na região que inclui nomes como Jarvis Pavão e Minotauro, traficantes que estão presos no Brasil.

Segundo o promotor do Ministério Público do Paraguai, brasileiros também estariam envolvidos na disputa pelo domínio do tráfico na região, e são maioria entre as mortes registradas:

“Estamos vendo muitos cidadãos brasileiros que vivem aqui e que estão ligados a este tipo de crime e terminam sendo executados ou cometendo homicídios ou refugiando aqui em Pedro Juan ou Ponta Porã, comentou o promotor Armando Cantero Fassino.