Por propina de R$ 1 milhão, Vander será julgado dia 2 e pode pegar 20 anos de xadrez

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O deputado federal Vander Loubet (PT) será julgado no próximo dia 2 de junho, pelo Supremo Tribunal Federal. Ele é acusado de receber propina de R$ 1.028,00, descoberta na Operação Lava Jato.

A Procuradoria-Geral da República apontou que Vander, em razão do cargo de deputado federal, teria pedido e recebido, entre os anos de 2012 e 2014, propina de contratos da BR Distribuidora. Para isso, diz a PGR, ele usou a esposa, Roseli da Cruz Loubet e mais duas pessoas para obter o benefício.

Os repasses das vantagens teriam ocorrido sob orientação de Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, apontado como operador do esquema de desvio de recursos da estatal, e por meio de empresas do doleiro Alberto Youssef.

Vander foi delatado pelo doleiro Alberto Yousseff e, durante o processo, chegou a reclamar que somente a fala dele serviu de base para abertura de ação penal no Supremo. Ele é réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

No entanto, em março de 2017, quando o relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, aceitou a denúncia, ele destacou que as provas trazidas pela acusação eram fartas.

“Há inúmeros outros indícios que reforçam as declarações prestadas pelos colaboradores, tais como dados telemáticos e bancários, depoimentos, informações policias e documentos…’’, destacou o relator da ação penal 1019.

Ainda segundo Fachin, esses elementos, dentre outras coisas, apontam que o próprio deputado, além de intermediário, teria recebido diretamente valores, que a evolução patrimonial dos acusados é incompatível com seus rendimentos e que, objetivando ocultação e dissimulação de origem e natureza dos valores indevidos por eles recebidos, foram em tese executados atos de lavagem de dinheiro.

Além disso, segundo Fachin, toda a estrutura criminosa segundo se extrai dos autos “foi arquitetada com o objetivo primário de repassar vantagens indevidas pagas no âmbito das diretorias que supostamente estariam submetidas ao controle político do senador Fernando Collor de Mello”.

O que diz Vander

Em notícia no STF, o advogado de Loubet afirmou que a denúncia está baseada apenas em ”ilações e suposições”, sem apontar concretamente indícios mínimos de autoria.

A data de 2 de junho consta no sistema do Supremo Tribunal Federal, após cinco anos dessa investigação da Operação Lava Jato.

Vander e Mandetta lideram lista dos que mais trouxeram dinheiro federal para MS

Dupla destacou-se como a que mais arrecadou recursos por meio de emendas

O deputado federal Vander Loubet, do PT, destacou-se como o parlamentar que mais apresentou emendas, meio de recolher recursos federais para Mato Grosso do Sul, na legislatura passada (2015-2019), entre os integrantes da bancada federal (senadores e deputados federais de MS).

A informação é do portal Siga Brasil, do Senado Federal, sistema de informação sobre orçamento público federal, que permite acesso amplo e facilitado aos dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira).

De acordo com o levantamento, no período, o deputado Loubet, já em seu quinto mandato, arrecadou para MS, R$ 37,5 milhões, uma média de R$ 9,3 milhões por ano.

O ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta, hoje ministro da Saúde, ficou na segunda posição, com emendas parlamentares que renderam R$ 29,5 milhões para MS; Zeca do PT, ex-deputado federal, ex-governador, conquistou o terceiro lugar no ranking, com R$ 28,9 milhões.

De acordo com Siga Brasil, não entraram no estudo as emendas individuais de 2014 e as impositivas de bancada de 2016, assim como os respectivos pagamentos dos anos posteriores.

Loubet destacou que tem focado suas emendas em setores mais exigidos pela população, como saúde, habitação, agricultura familiar, infraestrutura urbana e assistência social.

“Essas áreas são sensíveis às famílias com menor nível de renda, que são justamente aquelas que precisam de um olhar diferenciado por parte do poder público”, afirmou o parlamentar.