‘Resta a saudade e indignação’, diz pai de Carolina na 1ª audiência do caso

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Exatamente 1 ano, 9 meses e 10 dias que a família de Carolina Albuquerque vive das lembranças da jovem, morta em um acidente de trânsito na avenida Afonso Pena, em Campo Grande. “Resta a saudade, a lembrança e a indignação”, lamentou o pai de Carolina, Lazaro Barbosa Machado, 64 anos, que após todo esse tempo, depõe na 1ª audiência do caso no Fórum da Capital, na tarde desta segunda-feira (12). O acidente aconteceu no dia 2 de novembro de 2017.

O acusado, o estudante de medicina João Pedro acompanha na sala de audiência, o depoimento das 14 testemunhas de acusação. “Espero que essas testemunhas falem absolutamente a verdade”, declarou o pai. Segundo Lázaro, a família espera que o jovem vá a júri popular. “Quem cometeu toda a infração penal foi ele que estava dirigindo embriagado a 115km/h numa avenida”, enfatizou.

O filho de Carolina, que também estava no carro atingido pelo estudante de medicina, ainda sobrevive do trauma do acidente e da saudade da mãe. “É um processo longo e doloroso para ele voltar a ser uma criança normal”, destacou Lázaro. A mãe de Carolina também depõe, mas estava abalada e preferiu não conversar com a imprensa.

A segunda audiência do caso deve acontecer nesta terça-feira (13), quando o estudante de medicina João Pedro será ouvido.

Em março deste ano, a defesa do estudante tentou a absolvição sumária, mas foi negada. A defesa sustenta que João Pedro é inocente e que ‘todos os fatos serão esclarecidos’.

Esta não seria a primeira vez que a defesa do estudante tentou desqualificar a vítima. Em julho de 2018, a defesa do estudante de medicina já havia feito o pedido para a análise do sangue de Carolina Albuquerque no intuito de saber se antes do acidente ela teria ingerido bebidas alcoólicas. No entanto, o IALF (Instituto de Análises Laboratoriais e Forenses) teria afirmado à Justiça que não possuía equipamentos para atender ao pedido.

Em janeiro deste ano, o MPMS (Ministério Público do Estado) denunciou João Pedro por homicídio culposo na direção de veículo automotor, depois de 14 meses do acidente. Ele também foi indiciado por lesão corporal culposa, já que o filho da advogada ficou ferido no acidente. Uma indenização ao menino foi pedida pelo Ministério Público, na denúncia.

Segundo o depoimento de uma das amigas de Carolina, a advogada estava em seu apartamento pouco antes da meia noite, quando o celular da vítima ficou sem bateria e ela teria usado o da amiga para avisar os pais onde estava e que já iria embora. O que contesta a versão dada pela defesa de João Pedro, que sugeriu que a advogada estaria ao celular quando aconteceu a colisão.