TA NA HORA DE PARAR Aldo cansa no fim e é derrotado por Alexander Volkanovski por decisão unânime no Rio de Janeiro

0

A trégua numa guerra serve apenas para fortalecer o inimigo”. A frase de Sun Tzu, do livro “A arte da guerra”, pode servir como síntese do que foi a luta entre José Aldo e Alexander Volkanovski. Enquanto teve fôlego para evitar os ataques do australiano, o brasileiro conseguiu se manter ativo na luta. Porém, quando cedeu espaço ao rival pelo cansaço na segunda metade da luta, o brasileiro viu as ações saírem do seu controle, sendo derrotado por decisão unânime dos juízes (triplo 30-27), perdendo pela segunda vez em cinco apresentações no Rio de Janeiro, e vendo sua sequência de duas vitórias consecutivas ser encerrada. Já Volkanovski, que mostrou tranquilidade e concentração no seu plano de luta durante todo o duelo, aumentou seu cartel para 20 vitórias em 21 lutas na carreira – sendo 17 consecutivas.

A luta

O início de luta foi tenso, com Volkanovski se movimentando e fintando, e Aldo cercando-o e ensaiando chutes nas pernas. Com a disputa acontecendo na curta distância, o brasileiro esquivava bem das tentativas de ataque do australiano, enquanto a torcida entoava gritos de “o campeão voltou” e “vai pra cima dele, Aldo”. A concentração de Aldo era visível. O ex-campeão da categoria desviava dos socos de Volkanovski, mas não conseguia aplicar golpes contundentes até a marca de dez segundos para o fim do round, quando desferiu uma joelhada voadora após um chute na perna esquerda do rival.

Alex Volkanovski se mantém invicto no Ultimate com sete vitórias em sete lutas — Foto: André DurãoAlex Volkanovski se mantém invicto no Ultimate com sete vitórias em sete lutas — Foto: André Durão

Alex Volkanovski se mantém invicto no Ultimate com sete vitórias em sete lutas — Foto: André Durão

José Aldo voltou para o segundo round tomando mais a iniciativa da luta, buscando os socos na média distância e aplicando chutes nas pernas de Volkanovski, que tinha dificuldade de encontrar a distância e de conectar seus golpes, já que o brasileiro continuava a esquivar com eficiência. Após uma pequena pausa por uma dedada não-intencional do australiano no olho do brasileiro, Volkanovski retornou mais agressivo, levando a luta para a grade e aplicando algumas joelhadas na linha de cintura. Aldo tentou a inversão de posição, e chegou a estar nas costas do australiano, mas não conseguiu manter o domínio da posição. Nos dez segundos finais, a exemplo do que o brasileiro fez no round anterior, Volkanovski tentou ser mais agressivo, mas não conseguiu agredir o ex-campeão.

No terceiro e último round, após um abraço respeitoso no centro do octógono, os dois lutadores passaram a lutar de forma franca, trocando golpes duros, e Volkanovski mais uma vez levou a luta para a grade, imprensando José Aldo. O brasileiro tomava cuidado para não ser derrubado, e voltou a lutar na curta distância. O australiano conectava mais golpes e se mantinha agressivo, enquanto Aldo, mesmo mostrando concentração, aparentava sentir um pouco mais o desgaste da luta. Volkanovski mais uma vez travou Aldo na grade, desferindo joelhadas nas pernas e evitando dar espaço ao brasileiro, que não conseguia sair da posição em que se encontrava. A luta se manteve na grade até o fim, e terminou sob vaias do público.

Staropoli faz luta intensa e vence Pitbull

Laureano Staropoli liderou as ações na luta com Thiago Pitbull — Foto: André DurãoLaureano Staropoli liderou as ações na luta com Thiago Pitbull — Foto: André Durão

Laureano Staropoli liderou as ações na luta com Thiago Pitbull — Foto: André Durão

No duelo entre Brasil e Argentina na noite deste sábado, no UFC 237, melhor para o hermano no octógono. No peso-meio-médio (até 77kg), Laureano Staropoli liderou as ações da luta com Thiago Pitbull e venceu sua segunda luta na organização, após decisão unânime (30-27, 30-27 e 29-28). Ele já tinha vencido na estreia em novembro passado duelo insano com Hector Aldana, quando levou o bônus de “Luta da Noite”.

Staropoli, que hoje faz parte da equipe Chute Boxe/Diego Lima, em São Paulo, chegou à nona vitória da carreira, que tem ainda uma derrota. Thiago Pitbull, da American Top Team, conheceu a 14ª derrota, e soma 23 vitórias na carreira. Antes do UFC 237, tinha vencido Max Griffin no UFC Fortaleza deste ano.

A luta

Staropoli já começou a luta mostrando variedade de chutes, tanto em cima como embaixo, e mantendo a distância do brasileiro. Pitbull tentava chutes baixos, mas levava cruzados em cima no contragolpe rápido do argentino. Staropoli, com boas combinações com socos poderosos e potentes, tocava mais o brasileiro. No segundo round, Pitbull tentou responder mais às ações do adversário, mas não encontrava o argentino em meio à movimentação. No último round, Staropoli colocou um bom golpe na linha de cintura no início, e Pitbull deixou para crescer nos últimos segundos apenas, com uma joelhada alta que fez o argentino sentir. Starapoli deixou o tempo correr até encerrar a luta.

Aldana finaliza Bethe Correia no R3

Bethe Correia acabou finalizada por Irene Aldana no terceiro round — Foto: André DurãoBethe Correia acabou finalizada por Irene Aldana no terceiro round — Foto: André Durão

Bethe Correia acabou finalizada por Irene Aldana no terceiro round — Foto: André Durão

Foram quase dois anos longe do octógono em meio a problemas de saúde, e a volta de Bethe Correia ao octógono foi com derrota na noite deste sábado, no UFC 237, no Rio de Janeiro. A brasileira peso-galo (até 61kg) acabou finalizada pela mexicana Irene Aldana aos 3m24 do terceiro round. Número 11 da divisão, Aldana emendou a terceira vitória seguida, vindo de triunfos contra Talita Bernardo e Lucie Pudilova.

Bethe Correia não venceu nas últimas três lutas. Seu último triunfo foi em setembro de 2016, ao bater Jessica Eye (que desafiará Valentina Shevchenko pelo cinturão dos moscas em junho). Depois, empatou com Marion Reneau e perdeu para Holly Holm e Aldana. Ela é a número 13 do ranking peso-galo.

A luta

O primeiro round não primou muito pelas ações dos dois lados. Claramente, Bethe precisava encurtar para tirar a distância para a mexicana, enquanto Aldana jogava da média para a longa distância. Apesar de andar para frente e soltar bons cruzados, alguns tocando a adversária, Bethe deixou golpes limpos e contundentes entrarem, e principalmente no final do round a mexicana foi superior.

Bethe Correia, no segundo round, achou melhor a distância e disparou mais golpes contundentes com Aldana. Apesar de muito equilíbrio, Bethe se antecipou aos golpes da rival e jogou bons jabs e cruzados no rosto da mexicana, mas teve algumas entradas em queda frustradas.

As duas voltaram para o último round para não deixar dúvidas na cabeça dos juízes, e Bethe soltava boas combinações de cruzados. Aldana respondia com jabs e diretos. Mas a brasileira tentou mergulhar nas pernas sem sucesso, e Aldana acabou conseguindo ir para as costas. Na sequência, a mexicana passou à chave de braço e obrigou Bethe a desistir da luta.