Itamara tentou se matar e só entregou arma depois de PM se ajoelhar

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A tenente-coronel da Polícia Militar, Itamara Romeiro Nogueira, de 40 anos, tentou se matar depois de assassinar o marido e major da PM Valdeni Lopes Nogueira, de 45 anos, em julho do ano passado. A informação foi revelada – em audiência realizada nesta terça-feira (3) – por um tenente-coronel da PM que atendeu a ocorrência e foi o responsável por negociar a entrega da arma por parte de Itamara durante 30 minutos.

De acordo com Mario Angelo Ajala, que foi o segundo policial a chegar ao local e que também era amigo do casal de policiais, Itamara tinha um hematoma no rosto. O ferimento mostrava com nitidez, segundo ele, que ela havia sido agredida.

Depois de atirar duas vezes contra o marido, a tenente-coronel apontou a própria arma engatilhada várias vezes contra si própria. Rosto, tórax e boca foram alguns dos locais em que a arma foi apontada. “Ela só pensava em se matar”, disse Ajala.

O policial reforçou o fato de Itamara estar o tempo todo com o dedo no gatilho e se mostrar muito transtornada. A tenente-coronel chorava e dizia que “não merecia viver, tinha que morrer”, conta Ajala. O processo para demover a policial da ideia de se matar durou 30 minutos. O tenente chegou a ajoelhar-se implorando para que Itamara entregasse a arma. Só depois disso ela entregou o revólver.

Ao todo, 10 testemunhas de acusação seriam ouvidas pelo juiz Aluizio Pereira nesta terça-feira. No entanto, duas faltaram, um bombeiro e um policial militar, e outras três serão ouvidas por meio de carta precatória, pois vivem no interior do Estado.

Além do tenente Ajala, foram ouvidos os policiais militares Fabio Oreias, Elenir Menezes de Souza e Cristina Socorro de Oliveira, essas duas últimas foram no local a pedido de Itamara, que ligou para as colegas depois do crime. Um vizinho da casa foi o quinto a ser ouvido pelo juiz.

O caso

Durante uma briga, a tenente-coronel teria efetuado dois disparos contra o marido. O major Nogueira chegou a ser levado para a Santa Casa com um ferimento do tórax, mas não resistiu. Em dezembro de 2016 a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o homicídio e comprovou a versão apresentada pela defesa de Itamara, a de legitima defesa.

Para a polícia, a policial, que chegou a participar de uma reconstituição do crime, afirmou que estava sendo agredida pelo marido e que no momento em que ele saiu para buscar a arma no carro, ela reagiu. No dia do crime, Itamara foi presa em flagrante, mas acabou liberada logo em seguida e desde então responde o processo em liberdade.

A primeira audiência sobre o caso foi marcada para o dia 3 de outubro, às 13h30. Na ocasião, dez testemunhas de acusação serão ouvidas pela 2ª Vara do Tribunal do Júri. O juiz Aluizio Pereira dos Santos também já determinou o dia para a segunda audiência. Em 21 de novembro a própria Itamara e outras nove testemunhas, essas de defesa, prestarão depoimento.

Colegas de farda do casal foram chamados para depor nas audiências e ainda devem contar com duas testemunhas ouvidas por carta precatória.

Todos confirmaram a versão da defesa de Itamara, que sustenta que a tenente-coronel matou o marido por legítima defesa. Uma das testemunhas, Cristina, chegou a dizer que os tiros disparados por Itamara fazem parte de método ensinado na academia policial como “duplo tiro”, que é a forma de proteger a própria vida quando não há mais forma de diálogo.

Na próxima audiência marcada para o dia 21 de outubro serão ouvidas sete testemunhas de defesa, além dos faltantes e da própria Itamara, que conseguiu decisão na Justiça para não participar da audiência de hoje, para preservar sua imagem, conforme a defesa.

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