Trabalhadores de carvoaria ficam sem receber e acabam presos sem dinheiro em MS

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Jogados ao relento, 13 trabalhadores que prestaram serviços para a Simasul Siderurgia, em Camisão, não recebem o salário há 2 meses. Oriundos de Minas Gerais e sem dinheiro para ir embora, os ex-funcionários estão morando “de favor” em 2 hotéis de Aquidauana, cidade distante cerca de 148 quilômetros de Campo Grande.

Josias Mendes, 40 anos, é o encarregado das 11 pessoas que prestaram serviços em uma carvoaria na Fazenda Alto da Serra. Morador de Camisão, o homem conta que deixou a mulher grávida e o filho de 2 anos esperando na residência enquanto ele tentava reaver seus direitos no município.

O relato dos trabalhadores é de que a empresa terceirizada, intitulada Construtora Rocha, os buscou em Minas Gerais com a promessa de emprego há três meses. Os 15 primeiros dias teriam sido pagos, deixando em haver dois meses até o último dia 17, quando, não aguentando mais e ameaçando paralisar os serviços, foram transferidos para os hotéis.

O responsável por um dos estabelecimentos contou à reportagem que nem as diárias estão sendo pagas e que os homens só não foram despejados porque a empresa já é conhecida por “dar calote na praça”.

“Gostaria de saber por que o Ministério Público não autua a Simasul? Ações trabalhistas chegam a quilo lá e quem está dando cobertura pra isso? Tiraram os meninos de dentro de casa para fazer isso com eles”, declara Josias.

Outra reclamação dos ex-colaboradores é a alimentação que deveria ser fornecida pela empresa. Apenas com a janta, eles contam que quando a marmita chega à noite já esta azeda e, na maioria das vezes, precisa ser descartada.

Presos em Aquidauana, eles não possuem dinheiro para itens de higiene básica como sabonete e pasta de dente. Além disso, todos precisam mandar dinheiro para esposa e filhos.

Gilvanio Pereira Nunes, 30 anos, aguarda o salário para pagar as despesas da cirurgia de hérnia do filho de 1 ano e 5 meses. A criança, que deve operar na próxima semana, não tem mais fralda e nem leite.

O encarregado Josias conta que ele e os outros colegas de trabalho vão até a siderúrgica cobrar um parecer, mas a resposta é que o pagamento será feito sempre no outro dia. Na última visita à sede, a Polícia Militar teria sido acionada para retirar os trabalhadores do pátio.

Um Termo de Compromisso, assinado pelo responsável pela contratação, foi feito com a promessa da rescisão para o dia 5 de dezembro, mas até o momento o pagamento não foi efetuado.

Construtora Rocha Guimarães

Em contato com o responsável pela construtora, Marcos Rogério Rocha Guimarães, a justificativa é de que a empresa teve problemas com o pagamento, mas a situação deve ser normalizada na próxima segunda-feira.

O proprietário também afirmou que as diárias dos hotéis serão quitadas e que a Construtora nega a versão da comida azeda, já que envia todos os dias almoço e janta para os hóspedes.

Inalação de gás

No último 6 de dezembro, um funcionário terceirizado da Siderúrgica morreu após inalar gás da queima de carvão. Fernando Fausto foi a vítima fatal dentre os seis funcionários que foram hospitalizados ao limparem um dos fornos do local.

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