Após chacina, governos do Brasil e Paraguai criam comando de inteligência para combater crimes

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Após a chacina de quatro pessoas em Pedro Juan Caballero no último sábado (09), o governo do Paraguai em conjunto com a Polícia Federal do Brasil anunciou a criação de um comando bipartite para combater o crime organizado na região da fronteira das cidades de e Pedro Juan Caballero e Ponta Porã. As informações são do jornal ABC Color.

A decisão foi anunciada após a reunião organizada pelo ministro paraguaio do Interior, Arnaldo Giuzzio, para traçar estratégias de enfrentamento a essas práticas criminosas.

“Haverá uma presença ostensiva em locais que vamos anunciar, com presença de forças de ordem, de inteligente e operacionais, que terão um objetivo de coordenar com outras autoridades de forças aliadas da região”, disse.

Conforme Giuzzio, operações semelhantes podem ser executadas em Salto del Guairá, que fica próxima a Guaíra (PR) e Mundo Novo, além de Capitán Bado, que divide limites com Coronel Sapucaia.

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“Hoje, o problema do crime organizado transnacional se baseia na fronteira, e esse efeito está indo indiretamente para o interior do nosso país.”

Ainda não há data para essas ações entrarem em vigência, mas Giuzzio afirmou que o projeto deverá implicar em operações nas cidades e rodovias do norte do Paraguai, região que, em boa parte, faz fronteira com Mato Grosso do Sul.

Chacina

No último sábado (09) quatro pessoas foram mortas na saída de uma festa, em Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com Mato Grosso do Sul.

Entre os mortos estava a filha do governador de Amambay (Paraguai), Haylee Carolina Acevedo Yunis de 21 anos.

As vítimas haviam acabado de sair de uma festa e estavam em uma camionete branca, quando pistoleiros se aproximaram em outro veículo e disparam contra eles mais de 100 tiros de fuzis.

A suspeita é de que os assassinos tivessem como alvo Osmar Vicente Álvarez Grance, 32, conhecido como Bebeto, morto com 32 tiros.

A polícia apura a suspeita de que Bebeto teria sido morto devido ao suposto envolvimento na prisão de 14 criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC) em uma lavanderia no dia 23 de março.

Também foram mortas no local, a mato-grossense Rhannye Jamilly Borges de Oliveira (19), e a sul-mato-grossense Kaline Reinoso de Oliveira (22).

Além destes, ainda há mais duas pessoas feridas, Bruno Elías Pereira Sánchez (20) e a estudante de medicina, Rhafaelli de Nascimento Alves (20).

Prisão

Nesta segunda (11), a polícia paraguaia prendeu seis suspeitos de envolvimento com o crime. Segundo os dados divulgados, são seis brasileiros: Hywulysson Foresto, Juares Alvers da Silva, Luis Fernando Armani Silva e Simões, Gabriel Veiga de Souza, Farley José Cisto da Silva Leite Carrijo e Douglas Ribeiro Gomes.

Os homens foram presos em uma casa no bairro de Cerro Cora’i, em Pedro Juan Caballero.

No local, também foram apreendidos três veículos, documentos de carros, celulares, joias e substância parecida com maconha.

Os criminosos devem ser expulsos do Paraguai nos próximos dias, isso porque há três anos o governo do Paraguai tem expulsado criminosos brasileiros que pertencem a facções.

Outros atentados

No final de setembro, por exemplo, o corpo de um brasileiro decapitado foi encontrado em Pedro Juan Caballero, a apenas cinco quilômetros da fronteira com Mato Grosso do Sul.

Neste final de semana, o primeiro assassinato ocorreu no lado brasileiro da fronteira, em Ponta Porã, na tarde de sexta-feira (08).

A vítima foi o vereador local Farid Afif (DEM), 37, assassinado a tiros de pistola enquanto andava de bicicleta. Conforme a Polícia Civil, o autor dos disparos estava em uma moto.

Horas antes do crime, o vereador, que estava em seu segundo mandato e foi o nono mais votado entre os 17 eleitos em 2020, com 964 votos, publicou um vídeo em suas redes sociais em que aparece com a bicicleta.

Na gravação, Afif relatou que estava em deslocamento para acompanhar atendimentos prestados à população da cidade de Mato Grosso do Sul.