Com um ‘pé’ na política, juiz Odilon vê campanha eleitoral restrita sem escolta da PF

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O juiz federal em Mato Grosso do Sul, Odilon de Oliveira, está preocupado com a proximidade de sua aposentadoria da magistratura, que atualmente garante a ele escolta da Polícia Federal. Ao deixar a toga para se candidatar, provavelmente ao Senado, o juiz diz que não pode ficar sem escolta, pela vida pessoal, mas também pelo fato de uma provável campanha eleitoral, principalmente na região de fronteira.

”Já fiz o pedido à Polícia Federal. Se não mantiverem minha proteção voluntariamente vou acionar a Justiça”, avisou Odilon. Questionado sobre como vai fazer uma eleição e percorrer cidades do sul do estado, como Amambai, Ponta Porã e Bela Vista, fronteira com o Paraguai, ele disse ser inviável andar por ali sem proteção.

O magistrado faz questão de ressaltar que ainda não promove qualquer tipo de ação político-partidária, já que ainda é magistrado e tem restrições, mas vê dificuldades se perder a segurança.

”Hoje não posso falar, mas quando me aposentar posso falar abertamente sobre política”, disse.

Desde 2014, segundo Odilon, há um processo dele no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para que a escolta policial permaneça. Ele garante que nesse aspecto tem apoio da Ajufe (Associação dos Juízes Federais) e da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros).

O juiz Odilon disse que o país precisa de leis modernas e quer contribuir nesse sentido, já que possui larga experiência na magistratura. Ele garante que possuiu extrema facilidade para lidar com o público, principalmente por ter origem humilde.

”O juiz é uma pessoa como qualquer outra, mas tem que ter postura diferenciada. Mas sempre tive aproximação com pessoas, sobretudo os mais humildes, pois vim da roça, meus pais foram lavradores…trabalhei na roça…dos meus irmãos só eu tive condições de estudar”, relembrou o magistrado.

Nas redes sociais, Odilon tem uma legião de apoiadores que querem vê-lo ‘limpar a política’. Entretanto, há quem admire o ‘juiz linha dura’, mas acha que ele pode ser contaminado pelo sistema corrupto.

Oliveira entende o motivo dessa insegurança, já que alguns políticos inspiram desconfiança, mas acredita que isso vai do caráter de cada um.

”O povo tem que afastar a ideia de fazer nivelamento por baixo, não significa que todo mundo que vá para a política vá ficar indecente. Atualmente no Congresso tem gente honesta, tanto no Senado. quanto na Câamara, assim como no executivo…”, ponderou o magistrado.

Uma forma sugerida por Odilon para tirar dúvidas sobre o caráter de um político é ‘analisar o passado dele’. ”O fato de mudar de função não vai deformar minha personalidade”, garantiu.

Odilon de Oliveira já foi sondado pelo PDT, de Ciro Gomes, e diversos outros partidos. Porém, o magistrado desvia de qualquer pergunta nesse sentido, e faz mistério quanto ao seu alinhamento ideológico, de esquerda, centro ou direita.

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