Engenheiro foi morto e queimado por ‘amigo’ que o ajudava em cobranças

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O engenheiro agrônomo Sebastião Mauro Fenerich, 69 anos, encontrado carbonizado no porta-malas de um HB20 no último dia 10 de julho, no Jardim Seminário, foi morto por um ‘amigo’ que o ajudava em uma cobrança, no dia do crime. O autor confesso, segundo a Polícia Civil de MS, é Rui Gerson Brandini, de 56 anos. Ele é ex-assessor parlamentar e compareceu na delegacia, nesta quarta-feira (2), onde disse que Sebastião teria morrido após bater a cabeça no chão, durante uma briga entre os dois.

De acordo com as informações do delegado Márcio Obara, titular da DEH (Delegacia Especializada em Homicídios) Rui, também conhecido como “Gaucho”, não se apresentou por vontade própria, mas foi até a delegacia após intimação.

Ainda segundo o delegado informou em entrevista gravada, Gaúcho contou, durante depoimento, que no dia do crime acompanhou Sebastião em uma cobrança. Ao chegar no imóvel, foram atendidos pela esposa do devedor. A mulher teria dito que o marido não estava e o engenheiro teria se irritado. Conforme o delegado, o perfil ‘agressivo’ de Sebastião já havia sido descoberto nas investigações.

O amigo teria tentado acalmar e afastar Sebastião do portão, momento em que o engenheiro teria iniciado uma briga. Em meio a agressões, a vítima teria sido atingido com um soco no rosto e batido a cabeça ao cair no chão. Diante da situação, o suspeito tentou socorre-lo, mas foi ameaçado de morte.

Algum tempo depois – tempo exato não informado -, Sebastião foi colocado no carro e o suspeito começou a dirigir pela cidade, mas em seguida a vítima começou a vomitar sangue e não resistiu ao ferimento e morreu no automóvel. Em seguida, o homem teria dirigido até o Jardim Seminário e colocado fogo no carro.

O depoimento do suspeito, de acordo com o delegado, não foge do que a polícia já investigava, mas todas as informações serão apuradas, pois o inquérito ainda não encerrou. Ainda conforme depoimento, o suspeito negou que teria ido à casa da vítima, tendo em vista, que o imóvel foi encontrado revirado.

A Polícia Civil identificou e já intimou, um segundo envolvido no crime, que deve prestar depoimento nos próximos dias. O suposto autor teria ligado para esta segunda pessoa e pedido para que ela levasse cinco litros de gasolina, mas em princípio não revelou o crime. Este envolvido, só ficou sabendo do crime quando chegou ao local e ajudou o autor fugir.

Segundo o delegado, a esposa do suposto devedor, que é educadora, já foi ouvida. Indagada, sobre a causa de não procurar a polícia, quando a morte foi divulgada, justificou que achou que não era importante, pois se fosse necessário seria procurada pela polícia.

Apesar de prestar o depoimento, o delegado pontuou que a mulher foi bem resistente ao receber a equipe policial.

Agiotagem

Rui, ou ‘Gaucho’ já foi assessor parlamentar, nomeado para o cargo de ‘secretário parlamentar’ , do Quadro de Pessoal da Câmara dos Deputados em 2011.

O autor confesso do homicídio, segundo a Polícia Civil, nega a prática de agiotagem, mas afirma que pessoas que precisam de dinheiro o procuram para que ele indique pessoas ou locais onde conseguir o “empréstimo”.

Cerca de R$ 1 milhão em cheques pré-datados no nome de vários emitentes foram encontrados pela perícia na de Sebastião e a apreensão reforça a idéia de a vítima do crime, trabalhava como agiota.

Em princípio, o crime é tipificado como homicídio doloso e ocultação e destruição de cadáver. Caso fique comprovado o relato do depoimento, pode mudar para lesão seguido de morte.

Obara informou ainda que Sebastião respondia pelo assassinato da primeira esposa. O automóvel Hyundai HB20 foi incendiado com um corpo no porta-malas na tarde do dia 10 de julho. Na mesma noite, a perícia da Polícia Civil foi até a casa de Sebastião onde, além dos cheques encontraram duas armas, uma espingarda calibre 12 e um revólver 38, foram apreendidas.

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