Ex-pastor que fez mulher refém por 12 horas é encontrado morto

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Personagem de uma das cenas que marcou 2020 em Campo Grande, ao manter a mulher em cárcere privado, o ex-pastor Jesus Gorgs foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (8). Um ano depois do episódio, o corpo estava no quarto de um motel na saída para Corumbá, na Avenida Duque de Caxias.

Não havia sinais de violência nem de que o pastor estivesse com alguém, levando à suspeita de suicídio.

O site Campo Grande News apurou que vai ser aberto inquérito pela Polícia Civil sobre o caso para averiguar em que situação o ex-pastor morreu.

O episódio

Gorgs foi preso em 12 de março do ano passado, em residência no Bairro Giocondo Orsi, quando agrediu a esposa, filmou e transmitiu parte do episódio criminoso na internet. A violencia durou 12 horas. Doze dias depois, foi liberado com tornozeleira eletrônica para cumprir prisão domiciliar.

A Polícia Militar foi chamada no fim da manhã do dia 24 de março e por volta das 15h, o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) decidiu invadir o quarto onde Jesus mantinha a mulher refém. Ele foi desarmado e preso.

O caso foi investigado pela Deam (Delacia Especializada de Atendimento à Mulher). Ele foi denunciado pelos crimes de cárcere privado qualificado, ameaça, lesão corporal dolosa (violência doméstica), registro não autorizado de intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou nudez.

“Família refeita” – Gorgs foi expulso da Assembleia de Deus, em que era pastor. Em junho do ano passado, informação processual confirmada pela defesa dele, informava que o casal havia retomado a relação.

Na ocasião, a informação prestada é de que o ex-pastor iria retomar tratamento psiquiátrico.

Acusado de enviar cocaína em ônibus de fiéis é preso depois de 47 dias foragido

Dono da Euro Tur Viagens e Turismo, José Pereira Barreto foi um dos alvos da Operação Viagem Santa


José Pereira Barreto ao lado da mulher na praia, no Réveillon de 2021 (Foto: Reprodução)

Está preso na delegacia da Polícia Federal em Dourados o empresário José Pereira Barreto, 40, o “Zé do Ônibus”. Ele é acusado de enviar cocaína para São Paulo no fundo falso de veículos que levavam fiéis católicos ao Santuário de Aparecida, na cidade de mesmo nome no interior paulista.

Dono da Euro Tur Viagens e Turismo, José Pereira Barreto foi um dos alvos da Operação Viagem Santa, deflagrada no dia 21 de janeiro deste ano pela Polícia Federal para desmantelar o esquema de remessa de cocaína em ônibus de turismo religioso.

No dia da operação, mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PF no ponto de embarque da Euro Tur na Rua Onofre Pereira de Matos, no Centro, e na garagem da empresa, na Rua Araguaia, no Jardim São Pedro.

Barreto foi o único dos dez alvos da operação que conseguiu escapar. Depois de 47 dias foragido, ele se apresentou à delegacia da PF na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul para cumprimento do mandado de prisão temporária válido por 30 dias.

O Campo Grande News apurou que devido ao poder financeiro do empresário e de seu alto grau de periculosidade, existe grande chance de a PF pedir a transformação da prisão em preventiva (sem prazo definido).

Em fevereiro de 2019, Barreto sobreviveu a atentado a tiros em Dourados. O crime foi encomendado pela então mulher dele, Valdirene Fiorentino da Silva, 37, e envolveu um ex-funcionário da empresa Euro Tur. O empresário ficou vários dias internado na UTI.

Viagem de graça – Deflagrada pela PF e pela Receita Federal em Dourados e Deodápolis (onde existe outra empresa de fachada do esquema), a Operação Viagem Santa foi desfecho de longa investigação iniciada ainda em 2018.

Ônibus de turismo religioso saíram de Mato Grosso do Sul levando cargas milionárias de cocaína para São Paulo. Para despistar a polícia, os veículos viajavam lotados de católicos devotos de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Os fiéis viajavam com todas as despesas pagas pela quadrilha. A alegação era de que se tratava da boa ação de um “pagador de promessas”.

Segundo a investigação, tinha carregamento de cocaína beirando os R$ 20 milhões, como o descoberto por agentes da Polícia Federal e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em 26 de maio de 2019.

O ônibus da empresa Prado Tur Viagens e Turismo (também de fachada, segundo a polícia), transportava 28 passageiros e no fundo falso foram encontrados 556 quilos de cocaína pura. A polícia acredita que o destino final seria a Europa, onde a droga chegaria de navio.

Sócio – O dono da Prado Tur, Janqui Fernandes Prado, foi alvo da operação do dia 21 de janeiro deste ano, mas ele já estava preso por violência doméstica, acusado de espancar e até atirar na ex-mulher.

A polícia descobriu que a Prado Tur era empresa de fachada usada no esquema montado por José Pereira Barreto. Janqui Fernandes Prado tinha sido motorista da Euro Tur. No dia 18 do mês passado, o juiz Alessandro Leite Pereira, da 4ª Vara Criminal de Dourados, revogou a prisão preventiva de Janqui pelo crime de violência doméstica.