Mulheres de MS em Brasília podem se enfrentar nas corridas pelo Governo e Senado

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A corrida pelos cargos mais importantes no Estado promete destaque raramente visto para as mulheres, ainda com pouco espaço na política. Hoje, Campo Grande tem apenas uma mulher vereadora (Camila Jara) e o Estado, uma deputada (Mara Caseiro). Mas quando o assunto é a eleição de 2022, elas aparecem com tudo. Poderosas no Congresso Nacional, Rose Modesto, Simone Tebet, Soraya Thronicke e Tereza Cristina podem medir forças na disputa pelo Governo do Estado. A possibilidade é remota, mas existe.

Tereza Cristina não se pronunciou sobre candidatura. Deputada federal e mulher forte no governo de Jair Bolsonaro, onde ocupa o posto de Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ela é o sonho de muitos candidatos em uma possível composição de chapa.

A vida de Tereza parece mais tranquila, mas ela deve enfrentar o primeiro desafio no próprio partido, que hoje flerta com Luiz Henrique Mandetta, pré-candidato a presidente e oposição a Bolsonaro. Se concorrer ao Senado, na briga pela única vaga da próxima eleição, ela pode disputar com outra mulher forte em Brasília, a senadora Simone Tebet.

Simone Tebet quer a reeleição, mas para colocar o partido no jogo, não descarta ser candidata ao Governo do Estado. Recentemente, Simone recebeu um duro golpe ao ser traída pelo MDB na disputa pela presidência do Senado. Fortemente ligada ao partido no Estado, ela engoliu a traição e continuou. São justamente estas raízes que vão definir o futuro de Simone, oito anos após uma novela que a levou ao Senado, em uma dobradinha não tão exitosa com Nelsinho Trad.

Em 2014, o MDB sonhava com André Puccinelli candidato ao Senado e Simone Tebet ao Governo do Estado, mas Nelsinho não abriu mão da candidatura. Após troca de acusações de traição, Nelsinho perdeu, mas Simone ganhou. Hoje, quase oito anos depois, o MDB já não conta com Nelsinho e tem, novamente, Simone e Puccinelli como opções. O ex-governador nunca escondeu a vontade de disputar, mas após prisões e processos judiciais, está mais quieto.  Simone fala pouco sobre eleição e recentemente até declarou que pode concorrer ao Governo do Estado, um raro momento. Resta saber se ela realmente vai colocar o MDB nas costas, caso Puccinelli aposente de vez as chuteiras.

Soraya também surge como opção na luta pelo Governo do Estado. Sem ter o que perder, visto que continuará como senadora por mais quatro anos, mesmo perdendo, ela apostará as fichas na eleição para governadora. Distante da onda Bolsonaro, que a elegeu, ela tentará se fortalecer e recuperar o prestígio perdido após assumir o mandato e ficar distante de seu público.

O cenário ainda apresenta outra mulher que pode entrar na disputa. Rose Modesto é deputada federal, mas ainda não disse a que cargo deve concorrer. Rose ensaiou disputa pela Prefeitura de Campo Grande, mas desistiu por falta de apoio do PSDB. Para concorrer ao Senado ou Governo, ela precisaria se afastar do PSDB, que hoje tem Eduardo Riedel como pré-candidato ao Governo do Estado e Reinaldo Azambuja, que pode concorrer ao Senado. Ou, caso mais próximo no quadro atual, Rose teria que ser vice de Riedel ou mesmo tentar seguir como deputada federal.