Redentor: Jon Jones nocauteia Daniel Cormier e retoma o cinturão do UFC

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Diz a música “Mantra”, de Nando Reis: “Quando não tiver mais nada / Nem chão, nem escada / Escudo ou espada / O seu coração acordará”. Se não a conhece, Jon Jones mostrou que ela é verdadeira. Após ser preso, suspenso por doping e ter retirado o cinturão do UFC, Jones só tinha uma opção: contar consigo mesmo para começar a caminhada rumo ao topo novamente. Com o coração de campeão, o dono da divisão dos pesos-meio-pesados reconquistou o cinturão ao derrotar o arquirrival Daniel Cormier por nocaute a 3m01s do terceiro round.

Daniel Cormier, UFC214, MMA (Foto: Getty Images)

Após a luta, Daniel Cormier deu um show de falta de esportividade. Primeiro tentando deixar o octógono antes do anúncio oficial da luta. Depois, deu um tapa na mão do árbitro e se recusou a ficar no centro do octógono para o anúncio do resultado oficial.

– Eu queria dizer a todos que eu amo muito meus fãs. E quero pedir a todos que aplaudam Daniel Cormier. Ele não tem nada para se envergonhar; ele é e sempre será um grande campeão – disse Jones, que fez questão de ir ao encontro de Cormier, que chorava copiosamente, e sua equipe para dar um beijo na cabeça do agora ex-campeão e cumprimentar todos os seus treinadores.

Depois, Jones ainda pegou o microfone e desafiou publicamente Brock Lesnar, ex-campeão peso-pesado e um dos maiores astros da história da companhia, para uma luta.

– Brock, se você quiser saber como é apanhar de um cara bem mais leve que você, encontre-me no octógono – disparou, largando o microfone e saindo do octógono.

A luta

Jon Jones, Joe Rogan, UFC 214, MMA (Foto: Getty Images)

Após entrar dançando e mostrando felicidade por estar de volta ao octógono ao som da música “The champ is here”, ou “O campeão está aqui”, Jon Jones começou o combate da forma tradicional: de cócoras, caminhando em direção ao adversário. Ele iniciou a disputa chutando Cormier, que reagiu e, com um soco, fez o protetor bucal do rival voar longe. Jones revidou com um chute rodado e, após receber o protetor de volta do árbitro John McCarthy, derrubou o campeão com um double leg, mas Cormier levantou-se rapidamente. Jones usava a sua maior envergadura para manter Cormier à distância, aplicando socos e chutes retos na linha de cintura e nos joelhos. Cormier tinha dificuldade de se aproximar, mas cercava Jones pelo octógono. Faltando 40s para o intervalo, o campeão acertou uma boa sequência de golpes de esquerda e direita no rosto de Jones, que sentiu, recuando rapidamente. Os dois comemoraram no fim do round. Primeiro Jones, em seguida, Cormier.

Os dois lutadores mantiveram suas estratégias no segundo round. Ambos tomavam a iniciativa da luta, trocavam chutes baixos e mantinham a movimentação. Mas a diferença de envergadura a favor de Jones continuava fazendo a diferença. Era muito difícil para Cormier entrar no raio de ação do desafiante, e sua melhor chance era nos overhands e socos de longa distância. Mesmo não estando confortável na luta, Jon Jones irritava Cormier com os chutes no joelho e a versatilidade de golpes, a ponto do campeão fazer o sinal de “não” com o dedo e a cabeça após alguns golpes do rival. Cormier buscava o ataque constantemente, chegando a derrubar Jones, mas não conseguindo mantê-lo no chão. Nos segundos finais do round, o campeão acertou mais um bom golpe em Jones, que não se abalou.

Jon Jones, Daniel Cormier, UFC 214, MMA (Foto: Getty Images)

O terceiro round não começou com nada de novo. Se Cormier não alcançava Jones, Jones não conseguia se impor a Cormier. A disputa era muito equilibrada, mas o campeão caminhava para frente todo o tempo, enquanto o desafiante circulava e já mostrava algum cansaço. Um chute alto de esquerda de Jones, no entanto, definiu a luta. Acertando em cheio na cabeça do campeão, fez Cormier balançar. Com o instinto de quem sabe que a hora de acabar com a luta chegou, Jones foi para cima do rival e, com uma sequência dura de golpes em um Cormier já caído, obrigou o árbitro John McCarthy a encerrar a luta, decretando o nocaute e o retorno do cinturão para as mãos de quem nunca o perdeu dentro do octógono.

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