Acifi prevê série de demissões em Foz devido a crise do Coronavírus

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O impacto econômico provocado pelo fechamento do comércio em função da Pandemia do Coronavírus deverá resultar em uma série de demissões no comércio de Foz do Iguaçu. A estimativa, que pode variar de 6 a 20 mil, é do presidente da Associação Comercial e Empresarial (Acifi), Faisal Ismail. O prefeito Chico Brasileiro disse que a retomada gradual dos estabelecimentos comerciais depende de avaliação técnica da doença.

Com mais de 6 mil demissões, Foz caminha para o caos do desemprego

De acordo com Faisal Ismail, aproximadamente três mil pessoas já foram demitidas em Foz do Iguaçu desde o fechamento do comércio em 18 de março passado, logo após a confirmação dos primeiros casos de Covid-19, infecção provocada pelo novo Coronavírus. O número de dispensas ainda é extraoficial, afirmou, mas estão previstas até a próxima semana.

“Isso vai virar uma avalanche, passando a próxima folha de pagamento, se não há movimentação financeira, não tem como atribuir salário”, alertou Faisal. Existe uma estimativa, ressaltou ele que, “em um cenário mais otimista, de seis mil demissões e em um cenário mais pessimista, de 20 mil demissões” nas próximas semanas.

Acifi, que já encaminhou uma petição à Prefeitura pedindo a reabertura gradual do comércio, protocolou ainda na quarta-feira (15) o documento no Ministério Público Estadual (MPE). O ato foi realizado pelo presidente da associação e o advogado Marcelo Brito.

A entidade solicita reabertura das atividades comerciais, industriais e de serviços em geral, desta vez limitada a 30% da capacidade de ocupação prevista no projeto técnico de prevenção a incêndio e desastre aprovado pelo Corpo de Bombeiros. O limite indicado nos pedidos anteriores da entidade era de 50%.

Reabertura imediata
Nesta quarta-feira (15), o Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) fez coro a Acifi e divulgou uma carta aberta ao prefeito pedindo a “abertura irrestrita e integral das empresas lojistas e demais segmentos econômicos, obedecendo as normas preconizadas pelos órgãos que são responsáveis pelo combate e controle da Pandemia Covid-19”.

“Entendemos e compreendemos todas as medidas de precauções seguindo as orientações da OMS, Ministério Público da Saúde e vigilância sanitária”, diz o manifesto. “(…) salientamos que somos inteiramente favoráveis e estamos de acordo ao comprimento dessas normas, porém seja observado o baixo número de casos de contaminação e internamento”, afirmam os lojistas.

A carta lembra ainda a burocracia e as exigências das instituições financeiras para obter recursos disponibilizados pelos governos federal, estadual e municipal. Eles consideram ainda que “a falta de liquidez das empresas causará demissão em massa” dos colaboradores, inadimplência, “provocando com isso um efeito desastroso que atingira inclusive a classe vulnerável”, ressaltam.

Avaliação técnica
Em entrevista ao GDia, o prefeito Chico Brasileiro disse que está avaliando, com a equipe técnica, o comportamento dos casos e também a questão assistencial. “Com a transmissão comunitária a gente tem essa semana de avaliação e semanalmente a gente vai monitorando os casos, tendo um informe técnico”, frisou.

Ronildo Pimentel
Foto: ACIFI