Agepen afasta dois servidores em investigação sobre fuga de preso famoso

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Dois servidores com cargos de chefia foram afastados da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e designados para outras funções no sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul. A medida foi adotada por recomendação da Corregedoria da Agepen, que investiga suposta facilitação na fuga de Luccas Abagge, 32, ocorrida no dia 3 deste mês.

Usando uma corda artesanal feita com pedaços de pano, Abagge conseguiu pular a muralha do presídio depois de cortar a grade da cela e dois alambrados em local com pouca iluminação e perto da torre 1, que estava sem vigilância naquela madrugada. Ele foi morto uma semana depois por policiais civis em Fátima do Sul.

Nesta semana, o chefe de segurança da penitenciária Lázaro Souza de Carvalho Neto foi remanejado para o “patronato penitenciário”, unidade de assistência a presos dos regimes abertos e semiabertos e em liberdade condicional. Já o chefe de equipe do dia Everson Pereira de Carvalho foi transferido para o presídio semiaberto masculino.

Ao Campo Grande News, a Agepen confirmou que os servidores foram afastados da PED por orientação da Corregedoria, “para fins de apuração da fuga, de forma preventiva para não atrapalhar as investigações”.

Condenado a pelo menos cem anos de prisão por crimes no Paraná, Lucas Bagge foi recapturado em junho deste ano em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. Autuado por uso de documento falso, ele ficou inicialmente na Unidade Penal Ricardo Brandão, em Ponta Porã, e depois transferido para a PED.

Luccas carregava o sobrenome ligado à morte do menino Evandro Caetano, 6, que abalou o Brasil nos anos 90. A mãe e a avó de Luccas foram acusadas de matar a criança em Guaratuba, supostamente em sessão de magia negra.

Recentemente, o governo do Paraná pediu perdão às acusadas após ficar comprovado que elas foram torturadas para confessar o crime. A história virou documentário do Globo Play.