Bolsonaro e Damares trocam integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos

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O presidente Jair Bolsonaro trocou quatro dos sete integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. A alteração foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quinta-feira (1º), com a assinatura do presidente e da ministra Damares, da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

A mudança ocorre uma semana após o colegiado divulgar documento que atesta que a morte de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, se deu de forma “não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro”.

Na última segunda-feira (29), Bolsonaro se envolveu em polêmica ao afirmar que “um dia” contará ao juiz que preside a OAB como o pai dele desapareceu na ditadura militar. “Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro. Horas depois, o presidente afirmou que a morte foi causada pelo “grupo terrorista” Ação Popular do Rio de Janeiro, e não pelos militares.

De acordo com o decreto publicado nesta quinta, estas são as alterações feitas na composição da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos:

  • Marco Vinicius Pereira de Carvalho substitui Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, atual presidente do colegiado
  • Weslei Antônio Maretti substitui Rosa Maria Cardoso da Cunha
  • Vital Lima Santos substitui João Batista da Silva Fagundes
  • Filipe Barros Baptista de Toledo Ribeiro substitui Paulo Roberto Severo Pimenta

A presidente do colegiado, primeira da lista de trocas, havia criticado Bolsonaro pelas declarações relacionadas a Santa Cruz. Ela havia afirmado, ainda na segunda-feira, considerar “extremamente grave” a afirmação de Bolsonaro sobre o desaparecimento do pai do presidente da OAB.

“Consideramos extremamente grave pela dor dos familiares, mas também pelo fato de ser um presidente da República de um país que vem assumindo essas mortes desde 1995, pelo menos”, afirmou Eugênia Gonzaga.