Brasil pode vender US$ 10 bilhões em crédito de carbono para a China

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Além das parcerias políticas, econômicas e com setores industriais e do agronegócio, a visita de Luis Inácio Lula da Silva à China, esta semana, pode render acordos sobre como lidar com o clima.

 

Apesar do gigante asiático ter demonstrado intenções controversas na COP27, a última edição da Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre clima, discordando da eliminação do carvão como fonte de energia, os acordos são possíveis na seara do mercado de carbono, por exemplo.

É justamente por ser o país que mais emite gases de efeito estufa — mais de 14 toneladas por ano — que a China tem interesse nesse comércio. No qual o Brasil está entre os mais promissores vendedores. O potencial é atender 48,7% de toda a demanda do mercado de carbono mundial, conforme a Way Carbon. Porém, atualmente, ocupa 12%.

Na visita de Lula a Xi Jinping, há expectativa de que o anfitrião assine a compra de US$ 10 bilhões — R$ 51 bilhões — mesmo com o visitante não tendo um mercado de carbono oficial para oferecer. O voluntário, regulado por empresas privadas, tem créditos provenientes de florestas em parques federais e estaduais, assim como de fazendas e outras empresas que conseguem mitigar mais do que emitir gases de efeito estufa.

A oferta ainda não é suficiente, mas com o incentivo pode se tornar, como avaliou o ministro de agricultura, pecuária e abastecimento, Carlos Fávaro: “o Brasil pode e deve intensificar sua produção de alimentos e as relações comerciais com a China. E podemos fazer tudo isso de forma sustentável, aumentando a produção, tanto da agricultura, quanto da pecuária, sem desmatar uma árvore”.

A esperança não é só do Brasil. Na China, Wenhong Xie, líder do programa global que promove investimentos em economia de baixo carbono pela Climate Bonds Initiative (CBI), disse à imprensa que o “há uma grande oportunidade para que a China e o Brasil ampliem as ações sobre a mudança climática”.