Confira o cronograma completo de comemoração do Dia de Nossa Senhora Aparecida em Campo Grande

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Dia 12 de outubro é celebrado o Dia de , padroeira do Brasil. É claro, que Campo Grande não ficaria fora das comemorações e terá um cronograma vasto para os fiéis que querem celebrar a data.

Nesta quinta, na Igreja Matriz, a  começou cedo, às 06h30 e deve continuar ao longo do dia. A partir das 08h, haverá a Santa Missa, celebrada pelo Rev. Sr. Padre Jair Máximo.

Já às 11h, terá a segunda Santa Missa em homenagem à padroeira, seguida da tradicional carreata com a saída dos veículos da Praça do Papa, que fica na Av. dos Crisântemos, 457-559 – Vila Sobrinho. No final, todos os carros e motos receberão a benção.

E para encerrar a programação de comemoração, os fiéis poderão participar da última Santa Missa, que será celebrada pelo Rev. Se.  Lara Barbosa, o Arcebispo Metropolitano de Campo Grande, a partir das 19h. A Igreja Matriz fica na Av. Tamandaré, 612, no bairro Planalto.

Por g1 Vale do Paraíba e região

 

Nossa Senhora Aparecida é celebrada em 12 de outubro por fiéis — Foto: Thiago Leon/ Santuário Nacional de Aparecida

Nossa Senhora Aparecida é celebrada em 12 de outubro por fiéis — Foto: Thiago Leon/ Santuário Nacional de Aparecida

Encontrada no fundo do rio por três pescadores há mais de 300 anos, Nossa Senhora Aparecida se tornou símbolo de fé e carrega o título de Padroeira do Brasil.

Por não haver registros em documentos oficiais da época, existem muitas dúvidas sobre o episódio de encontro da imagem. Uma das principais delas é: por que a padroeira do Brasil é negra?

Apesar de não haver comprovação oficial, historiadores têm duas principais hipóteses para isso. O único consenso é de que se tratava originalmente de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que é branca e passou por um processo de enegrecimento.

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Velas

A historiadora Tereza Pasin, autora do livro ‘História de Nossa Senhora Aparecida’, afirma que uma das principais hipóteses para a Santa ter o tom escurecido – mais precisamente cor de canela ou castanho escuro, segundo ela – são as velas que sempre cercaram a imagem.

Ela conta que a imagem original se tratava de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal. Por isso, no Brasil Colônia foram produzidas muitas imagens de Conceição.

Imagem de Nossa Senhora da Conceição — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press

Imagem de Nossa Senhora da Conceição — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press

Pasin afirma que a confecção da imagem encontrada aconteceu em um mosteiro de Santana de Paranaíba, no interior de São Paulo, com barro paulista, por volta de 1.650, cerca de 70 anos antes de ter sido encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul, em 1.717.

“Ela ficava nos altares de fazendas e oratórios, cercada por velas, que foram escurecendo-a. A fuligem das velas é uma das principais hipóteses para ter deixado a cor negra”, explica a historiadora.

Ainda de acordo com ela, a energia elétrica só foi chegar ao país perto de 1.880, ou seja, até mesmo depois de ter sido encontrada, a imagem passou muito tempo em contato com velas.

“Ficava o tempo inteiro sem proteção, cercada por velas, que eram primitivas e tinham uma fumaça muito escura. Isso com certeza escureceu o tom.”

Romeira reza com imagem de Nossa Senhora Aparecida — Foto: Carlos Santos/G1

Romeira reza com imagem de Nossa Senhora Aparecida — Foto: Carlos Santos/G1

Tempo embaixo d’água

Não se sabe quanto tempo exatamente a imagem de Nossa Senhora ficou submersa no Rio Paraíba do Sul e nem como ela foi parar lá – a principal hipótese, nesse caso, é que tenha sido descartada por alguém por estar quebrada.

Apesar disso, o fato do encontro ter acontecido no rio sustenta um outro motivo atribuído ao escurecimento da imagem. Segundo a historiadora e devota Rachel Abdala, o contato com a água fez a confecção perder boa parte da tinta.

“Não sabemos quanto tempo a imagem ficou no rio, mas é certo que foram anos. E todo esse tempo fez com que o contato direto com a água apagasse parte da tinta e a imagem voltasse à cor original do barro”, conta.

Imagem da santa foi encontrada no rio Paraíba do Sul em 1717 — Foto: Divulgação/Arquidiocese de Aparecida

Imagem da santa foi encontrada no rio Paraíba do Sul em 1717 — Foto: Divulgação/Arquidiocese de Aparecida

Apesar de não ter sido algo intencional, a imagem negra foi aceita pelo país, formado por muitas pessoas negras, que se sentiram identificadas. Com isso, Nossa Senhora Aparecida acabou se tornando também o símbolo de acolhimento.

“A cor mais propriamente de canela foi muito aceita principalmente pelos povos negros, como os quilombos. Então ela nunca foi pintada e acabou mantida dessa maneira”, diz Abdala.

“Desde sempre se soube que a imagem de Nossa Senhora Aparecida era negra. Não foi algo descoberto. Não há dúvidas de que ela é negra. A imagem está ali, no nicho do Santuário Nacional, e fala por si só,” completa Tereza Pasin.

12 de outubro na Basílica de Aparecida — Foto: Thiago Leon/Santuário Nacional

12 de outubro na Basílica de Aparecida — Foto: Thiago Leon/Santuário Nacional