De R$ 50 a R$ 89: gás de cozinha aumenta 78% em MS e força mudança para o fogão a lenha

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Cozinhar se tornou algo caro nos últimos anos, não apenas pelo tempo gasto e a alta nos alimentos, o gás de cozinha teve um aumento expressivo de 78% em seu valor entre 2016 e 2021. Isso fez com que as bocas utilizadas no fogão fossem diminuindo e até mesmo a lenha se tornou uma opção.

Conforme um levantamento realizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio cobrado pelo GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) botijão de 13 quilos em Mato Grosso do Sul era de R$ 63,70 em 2016, entre os 654 postos de revenda pesquisados, o menor valor cobrado era de R$ 50,00 e o maior de R$ 63,70.

Preço médio do gás subiu 20% em Mato Grosso do Sul. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

Já em janeiro de 2021, o mesmo produto registrou uma média de R$ 76,80. Entre os 235 postos de revenda pesquisados, o menor valor encontrado foi de R$ 67,00 e o maior de R$ 89,00. Se olharmos o maior preço encontrado em 2016, é apenas R$ 5,00 mais barato do valor mais baixo encontrado neste ano.

Se utilizarmos as duas médias apontadas, o aumento é de 20%. Já se levarmos em comparação o menor preço no primeiro ano pesquisado, com o maior preço do último levantamento, o aumento é de 78%. (Confira os valores registrados em todos os anos entre 2016 e 2021 no final da matéria).

Uma saída na lenha

Com o gás caro ou barato, algo é certo, não podemos deixar de cozinhar, e são nessas horas que uma volta ao passado pode ser a solução encontrada por muitos.

É o caso do Rogério do Carmo, 34 anos, ou apenas Seu Rogério, que após uma conversa com a esposa voltou a utilizar um fogão a lenha que tinha em casa que há algum tempo era utilizado apenas em suas lembranças.

“Eu que convenci ela, claro que precisa de um incentivo, então eu vou e ascendo, deixo tudo pronto aí ela cozinha, é necessário depois dessa alta no botijão de gás, antigamente eu comprava por R$ 50,00 ou R$ 55,00, agora compro por R$ 80,00”, comenta.

Seu Rogério conta que mora na região do Bom Retiro, com sua esposa e seus cinco filhos, e a alternativa da lenha prolongou o tempo do gás, “antes um botijão não durava um mês, no máximo 25 dias, hoje já dura uns 40 dias”, explicou.

Rogério afirmou quase dobrar o tempo de uso do gás após utilizar o fogão a lenha. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

Utilizando lenha, às vezes comprada, outras vezes adquirida pelas ruas, o fogão a gás se tonou utensílio para preparos rápidos e requento. “Quando a gente vai esquentar a comida, faz um ovo, um chá aí usamos o fogão a gás, quando para o almoço, cozinhar feijão, usamos a lenha mesmo, que é mais rápida porque o fogo é mais forte e no fim a comida ainda fica mais gostosa”, brincou Rogério.

E se engana quem pensa que Seu Rogério está sozinho nessa, segundo ele próprio a alternativa ganhou o “boca a boca” no bairro e muita gente já está tratando a alternativa como uma realidade. “A pessoa que vai comprar o gás e vê que ficou mais caro do que na compra passada já usa a lenha, até porque você não precisa de um fogão, da pra fazer com tijolo, um latão cortado, da ‘pra’ improvisar legal”.

Valore registrados em cada ano (GLP 13kg)

  • 2016
    • Média: R$ 63,70
    • Menor Valor: R$ 50,00
    • Maior valor: $ 72,00
  • 2017
    • Média: R$ 63,80
    • Menor Valor: R$ 45,00
    • Maior valor: R$ 72,00
  • 2018
    • Média: R$ 75,30
    • Menor Valor: R$ 58,00
    • Maior valor: R$ 90,00
  • 2019
    • Média: R$ 71,80
    • Menor Valor: R$ 54,00
    • Maior valor: R$ 96,00
  • 2020
    • Média: R$ 71,40
    • Menor Valor: R$ 57,00
    • Maior valor: R$ 95,00
  • 2021
    • Média: R$ 76,80
    • Menor Valor: R$ 67,00
    • Maior valor: R$ 89,00