Deputados voltam ao trabalho de olho nos votos

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Depois das convenções partidárias, os deputados estaduais voltam a trabalhar sem perder de vista o eleitor. A expectativa de renovação com o surgimento de novas lideranças políticas e o alto índice de abstenção são fatores que preocupam os atuais detentores de mandato. “[Com] a projeção de abstenção de 30% a 35%, acredito que será a eleição mais complexa dos últimos 50 anos”, comentou o deputado Amarildo Cruz (PT).

Ele ressaltou ter sido beneficiado pela renovação dos integrantes da Assembleia Legislativa. “Sempre tem renovação. Só entrei em 2007 porque teve renovação”, afirmou. “Eleição é igual time de futebol, mas também não dá para colocar um monte de pernas de paus”, advertiu. Ele acredita, no entanto, que, numa chapa proporcional “com 200 mil votos, nós conseguimos eleger quatro a cinco deputados estaduais”.

O deputado Enelvo Felini (PSDB) é outro preocupado com a perspectiva de elevado índice de abstenção nas próximas eleições. “A abstenção também é preocupante, estará acima dos anos anteriores. Acho que vai atingir 30% e que tipo de eleitor é esse que não vai votar, será?”, indagou o parlamentar.

Ele explicou a sua decisão de permanecer no PSDB, que terá chapa pesada nas proporcionais. “Tinha consciência que essa chapa era assim. Alguns vão precisar de muitos votos”, ressaltou Enelvo.

Outro deputado, Paulo Siufi (MDB), demonstrou desânimo depois da prisão do ex-governador André Puccinelli, até então, principal nome do partido para concorrer à sucessão estadual. Ele está, inclusive, avaliando a hipótese de não disputar a reeleição.

“Vou esperar Simone Tebet [candidata a governadora] para encaminharmos, não sei se vou me candidatar”, afirmou Siufi. “Eu era pré-candidato com André, mas agora tudo mudou”, enfatizou. Está pesando, também, a posição da família. “Anteriormente, meus familiares já tinham dito que não queriam que eu me candidatasse”, afirmou Siufi.

“Sou médico, tenho meus pacientes e minha família e esse cenário político muito arredio, em que todos são colocados no mesmo balaio, e muita crítica”, ressaltou o parlamentar.

Alguns deputados participam das sessões pela manhã e à tarde vão percorrer municípios, voltando à noite para Campo Grande. É o esforço concentrado dos parlamentares para não perderem contato com o eleitor.

As reuniões com as lideranças são feitas quase que diariamente pelos deputados. O presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi, presidiu a sessão pela manhã e à tarde estava reunido em Água Clara com lideranças políticas.

O deputado Paulo Siufi já vê desvantagem em relação aos colegas, porque está apenas há um ano e meio na Assembleia Legislativa. Ele era vereador de Campo Grande e suplente do então deputado Marcos Trad (PSD), eleito prefeito da Capital. “Tem deputados com seis, cinco e oito mandatos, com bases definidas”, observou. “Aqui é diferente da Câmara Municipal, eu tô começando agora e não conheço a maioria dos municípios”.

Mas isso não é a principal razão da eventual decisão de desistir da reeleição. “Não tenho medo de disputar [a eleição]”, declarou. Ele quer se reunir com a candidata a governadora e senadora Simone Tebet, para falar sobre o processo eleitoral dos candidatos a deputados estaduais.

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