Dólar alto, combustível caro: Saiba como viajar no fim do ano sem se endividar

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Com o avanço da vacinação e redução dos casos e óbitos por covid-19 no Brasil, o setor de turismo, um dos mais afetados pela pandemia, começa a ter sinais de recuperação, mas o “boom” esperado para o final do ano e início de 2022 pode ser freado pelos aumentos do dólar e da inflação no país.

Dólar alto, combustível caro: Saiba como viajar no fim do ano sem se endividar

“A desvalorização cambial impacta significativamente nos preços, especialmente nos combustíveis, cuja fórmula de prevê reajustes praticamente automáticos dos preços nas refinarias. Já a pressão impostas aos preços das passagens aéreas decorre neste momento mais da retomada da demanda no setor de serviços do que à alta do dólar. Historicamente, para cada alta de 10% na taxa de câmbio, os preços aos consumidores sofrem reajustes médios de 8,6% e 1,1% respectivamente”, afirma o economista Fabio Bentes, da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

“Frear é o termo correto. Se não tivermos nenhum retrocesso da pandemia, o crescimento está garantido para este ano. Mas, sem dúvida, alguns indicadores básicos da economia já preocupam para 2022”, completa o especialista.

De acordo com pesquisa da Decode, 70% dos brasileiros decidiram que irão viajar assim que surgir uma oportunidade e, desde julho, a procura por passagens aéreas chegou a crescer até 393% em alguns sites da área. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nos últimos 12 meses, o preço das passagens subiu 56,81%. Apenas no mês de setembro, o aumento foi de 28,19%.

“O cenário do turismo mudou da água para o vinho em um ano. É bom lembrar que há um ano estávamos às vésperas de embarcar na segunda onda da pandemia, cujo ápice na virada do ano implicou em um retrocesso no processo de recuperação das atividades turísticas. Naquela ocasião a vacinação ainda nem havia começado. Atualmente, mais da metade da população já recebeu as duas doses ou a dose única. Portanto, confirmou-se aqui aquilo que assistimos em diversos países com campanhas de vacinação mais avançadas do que a nossa, a vacinação permitiu a retomada da economia, especialmente, do setor de serviços”, diz o especialista.

Para quem deseja viajar no final do ano, mas não quer começar 2022 endividado, Fabio deixa o alerta: “A regra básica é respeitar orçamento doméstico. Como os preços têm variado bastante é bom colocar uma margem de, pelo menos 10% sobre o gasto total para não sacrificar as finanças no início do ano. Pagamento à vista é sempre melhor. Sempre dá para negociar um desconto. Para quem tem, não esquecer dos programas de milhagem. Ficar de olho em milhas. Quem tiver que financiar tem que pesquisar não só o preço dos serviços mas também taxas. Elas também têm subido nos últimos meses. Não tem jeito. Tem que colocar tudo na ponta do lápis”.