Em debate, Bolsonaro usa corrupção para pressionar Lula; petista cita geração de empregos e ‘inclusão social’

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O primeiro debate dos candidatos à Presidência da República na TV aberta, neste domingo na Band, marcou também o primeiro confronto direto entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), dois primeiros colocados na corrida pelo Planalto, segundo as pesquisas eleitorais. Já no primeiro bloco, o atual presidente escolheu Lula para fazer a primeira pergunta entre candidatos e o pressionou citando casos de corrupção na Petrobras. O petista respondeu mencionando ações de seu governo no combate à corrupção e lembrou medidas de sua gestão para gerar empregos.

Na pergunta, Bolsonaro lembrou o fato de a Petrobras ter se endividado ao logo dos governos petistas, enfatizando casos de corrupção, afirmou que o governo Lula foi o “mais corrupto” do Brasil e questionou “O senhor quer voltar para quê?”.

— A Petrobras, ao longo de 14 anos de PT, se endividou em R$ 900 bilhões, fruto de desmandos, refinarias, entre tantas outras coisas. Daria pra fazer 60 vezes a transposição do rio São Francisco. O povo nordestino sofreu por falta de água por corrupção de seu governo — atacou Bolsonaro, mirando o eleitorado nordestino, no qual o petista tem maior proporção de votos.

Lula rebateu acusando o adversário de usar “números mentirosos” e citou ações de seu governo no combate à corrupção:

— Eu sabia que essa pergunta viria e tinha que ser ele (Bolsonaro) a perguntar. Inverdades não valem a pena na eleição. Citar números mentirosos também não compensa. Não teve nenhum presidente que fez mais investigação pra apurar corrupção do que nós fizemos. Portal transparência, lei acesso à informação, lei anticorrupção, lei contra crime organizado. Fizemos o Coaf funcionar — disse Lula.

Bolsonaro, em seguida, afirmou que o governo do petista foi “feito à base de roubo”:

— Nada justifica sua resposta mentirosa que você deu nessa questão. Sim, o seu governo foi o governo mais corrupto da história do Brasil.

Lula respondeu:

— Meu governo é marcado pela maior politica de inclusão social, maior geração de emprego.

Declaração sobre fome

Na pergunta seguinte, Bolsonaro foi pressionado pelo candidato do PDT Ciro Gomes. O pedetista afirmou que o atual presidente costuma “falar muitos absurdos” e se disse chocado com a recente declaração de Bolsonaro sobre a fome no Brasil. O presidente disse, na sexta-feira, em uma entrevista, que não existe “fome pra valer” no Brasil.

— Qualquer pessoa que conhece o Brasil, como eu conheço, vê nas ruas pessoas com placas pedindo comida — disse Ciro.

Bolsonaro, então, rebateu Ciro, falando que “cada um interpreta as informações como acha melhor”. Ele citou ainda dados da economia de seu governo, dizendo que atendeu aos mais necessitados com o Auxílio Brasil no valor de R$ 600.

— Foi o meu governo que fez diminuir o ICMS dos combustíveis, e o meu governo deu mais R$ 200 para o Auxilio Brasil até o final do ano e já esta definido com a equipe econômica que esse valor será mantido. Alguns passam fome sim, não nesse numero exagerado. Fazer demagogia com números é inadmissível — respondeu.

O evento, iniciado às 21h, foi organizado pelo grupo Bandeirantes, Folha de S. Paulo, Uol e TV Cultura. Também participam do debate os candidatos Simone Tebet (MDB), Felipe d’Avila(Novo) e Soraya Thronicke (União).