Estiagem, granizo e geada reduzem estimativa do milho em 2,722 milhões de toneladas

0

Afetado por adversidades climáticas que incluem estiagem, chuva de granizo e geada, o milho segunda safra cultivado em Mato Grosso do Sul deve ter quebra de 2,722 milhões de toneladas no ciclo 2020/21. Essa é a projeção do mais recente boletim Casa Rural elaborado pelo Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio).

O documento publicado na terça-feira (6) por Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja) estima produtividade média de 52,3 sacas por hectare e produção total de 6,285 milhões de toneladas.

Inicialmente, o setor produtivo estadual esperava colher 75 sacas por hectare e produzir 9,013 milhões de toneladas. Mas a estiagem registrada após o plantio e as chuvas de granizo na primeira quinzena de junho motivaram a primeira revisão, para 68,7 sacas por hectare e 8,251 milhões de toneladas.

Agora, no mais recente levantamento de campo, realizado na última semana de junho, a equipe técnica do Siga-MS também levou em consideração os efeitos da geada ocorrida nas regiões centro, oeste, sul, sudoeste, sul-fronteira, sudeste, causadora de redução drástica na produção.

“Observa-se a campo diversos tipos de situações, desde lavouras com espigas com má formação, plantas que não desenvolveram, estandes irregulares, dentre outros problemas que afetam diretamente o potencial produtivo da cultura”, detalha o boletim Casa Rural.

A publicação indica que a área estimada afetada em Mato Grosso do Sul é de 604,4 mil hectares, aproximadamente 30% dos 2,003 milhões de hectares semeados em território estadual.

No comparativo com a safra 2019/20, quando o agronegócio cultivou 1,895 milhão de hectares de milho segunda safra e produziu 10,618 milhões de toneladas com produtividade média ponderada de 93,4 sacas por hectare, as projeções apontam quebra de 40,8%.

Essa estimativa leva em consideração que “a ocorrência de adversidades climáticas nas principais regiões produtoras do estado, em especial o reduzido volume de chuvas, afetaram diretamente o desenvolvimento fenológico e a granação do milho, levando a maioria das lavouras a serem enquadradas na classificação ‘regular e ruins’”.

Ainda de acordo com o Siga-MS, o estádio desenvolvimento fenológico entre V6 e R1 foi considerado plantas totalmente vulneráveis, com a perda total da lavoura. Entre R2 e R3, a perda potencial é de 30 a 60 sacas por hectare, e entre R4 e R6 foram os estádios fenológicos mais tolerantes, que resultam perdas inferiores a 15 sacas por hectare.