Filho de 5 anos confirma à Polícia que viu o tio assassinar Patrícia em casa com golpe ‘mata-leão’

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Menino de 5 anos confirmou em depoimento à Polícia Civil nesta segunda-feira (30) que presenciou a mãe, Patrícia Benites, de 31 anos, ser assassinada pelo irmão. Antônio Benites está  pelo feminicídio descoberto na última sexta-feira (27) e, para a outra irmã, já não faz mais parte da .

Segundo relato da tia do menino, Patrícia não gostava de ficar sozinha na casa com Antônio. Tanto que, sempre que uma amiga a convidava para dormir na casa, ela saía com as crianças e deixava o irmão sozinho. No dia do crime, quinta-feira (26), a irmã de Patrícia teria ‘apagado’ e não viu nem escutou nada.

Ao Midiamax, ela contou que dormiu e não percebeu nada. Um outro irmão está cumprindo regime semiaberto atualmente e, no dia do crime, queria quebrar e ficar em casa. No entanto, Patrícia teria orientado ele para que se apresentasse no presídio, sendo que na noite do crime acabou ficando sozinha com Antônio.

A mãe da família está internada por problemas decorrentes da diabetes e ouviu, por uma pessoa da capela do hospital, que Deus preparava um lugar maravilhoso e que haveria uma morte. Também na igreja que a família frequenta, foi revelado que ocorreria uma tragédia na família.

Todos acabaram pensando que poderia ser a mãe, já que ela tem o histórico de doenças.

Filho presenciou Patrícia ser assassinada

Patrícia foi assassinada pelo irmão
Foto: Stephanie Dias, Midiamax

Para a tia, o menino contou que viu a mãe chegar bêbada em casa e começar a brigar com o tio ‘Ninho’, como é conhecido. A irmã acredita que Antônio tentou estuprar Patrícia e que, por isso, teria acontecido a briga. Ela contou ainda que voltou na casa e viu calcinha rasgada e várias calcinhas jogadas também.

O menino ainda relatou que viu o tio com a mãe em um quarto e que presenciou Ninho dar o golpe ‘mata-leão’ que acabou matando a vítima asfixiada. Depois da briga e do crime, o homem ainda deu banho em Patrícia, disse a irmã.

Para despistar o crime, Antônio teria tirado o chip do celular de Patrícia. No dia seguinte ao crime, a família foi até a casa e tomou café com ele, que agia normalmente. Ele ainda teria dito que a irmã conseguiu um serviço e, por isso, não estava na casa.

Só quando o  de Patrícia contou para a tia que o tio tinha assassinado a mulher, a família voltou até a residência. Eles perceberam a cova nos fundos casa, que Antônio ainda tentou alegar que era para uma fossa. No entanto, os familiares acabaram desconfiando e encontrando o corpo de Patrícia.

“Se morrer, vai morrer como indigente”, disse a irmã sobre Antônio. Para ela, o acusado já não faz mais parte da família. Ela ainda relatou que a mãe ainda não sabe da morte de Patrícia.

O que disse à polícia

Preso e levado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Antônio relatou que no dia 26 deste mês estava bebendo cerveja com Patrícia, nos fundos da casa de sua mãe, que está internada no hospital. O pai dos dois estaria trabalhando e os filhos da irmã estavam dormindo.

Em determinado momento, eles passaram a discutir, mas Antônio relata não se lembrar o motivo, já que havia bebido bastante. Ainda segundo Ninho, a irmã começou a xingá-lo e ele teria perdido o controle. Patrícia foi empurrada e caiu no chão. Em seguida, ele relata que apertou o pescoço da irmã com o braço direito.

Antônio ainda falou que achava que a vítima estava desmaiada, só percebendo que havia morrido depois. Segundo ele, ninguém presenciou o crime, cometido quando o dia já estava amanhecendo.

Ele arrastou o corpo para os fundos e o cobriu com um pano branco. Já pela manhã de sexta (27), quando segundo ele os filhos de Patrícia começaram a perguntar sobre a mãe. Após fugir, Antônio disse que ficou escondido próximo a uma oficina, até que acabou reconhecido e preso.

Gritos de socorro

Vizinhos chegaram a ouvir gritos, pedidos de socorro e acionaram o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança). Porém, o crime só foi confirmado por volta das 18h20 da sexta-feira, após a família da vítima localizar o corpo e acionar as autoridades policiais.

Segundo informações dos familiares da vítima à Polícia Civil, por volta do horário em que teria sido morta, Patrícia enviou áudios a uma cunhada, com a voz emocionada, falando sobre problemas familiares do passado.

Tentou estuprar outra irmã

Antônio Benites, apontado como o assassino da irmã, Patrícia Benites Servian, já havia tentado estuprar a outra irmã em 2009 e uma adolescente de 16 anos, em 2014, que na época era sua cunhada.

Em 2009, Antônio tentou estuprar uma mulher no Bairro Tiradentes. A vítima estava andando pelas ruas do bairro quando foi surpreendida pelo autor, que a agarrou pelo pescoço e fez ameaças com uma faca.

Ela foi obrigada a ir até um local ermo junto de Antônio. Mas, com um descuido de Antônio, a vítima conseguiu fugir pedindo ajuda a moradores, sendo acolhida por uma vizinha. Antônio fugiu indo até a casa de sua outra irmã, e lá ele que estava com uma faca ameaçou matá-la caso ela não tivesse relações sexuais com ele.

Ele disse para ela que havia tentado estuprar uma mulher, mas como não havia conseguido ela ‘iria pagar o pato’. A irmã de Antônio conseguiu tomar a faca dele e se trancou no quarto pedindo ajuda a outro irmão. O autor fugiu, mas acabou capturado pela polícia momentos depois.