Médico é responsável por não afastamento de professor que morreu em Campo Grande’, diz prefeitura

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A prefeitura de Campo Grande afirma que a equipe médica que atende os servidores municipais tem total liberdade profissional para definir o destino de cada paciente.

Amigos lamentam a morte do professor de artes, Tiago Bianchi Silva Araújo, 45 anos, que realizava tratamento psicológico desde 2012 e estava solicitando afastamento das funções.

“Conforme a Lei n. 212.030/09 e o Código de Ética Médica, o Médico deve exercer suas funções com liberdade profissional, não podendo sofrer quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência de seu trabalho, sendo a mesma assegurada ao exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal e autonomia técnica, científica e funcional”, diz a nota emitida pela prefeitura.

Colegas que preferiram não se identificar confirmaram que o pedido de ajuda negado foi gatilho para ele tirar a própria vida.

“Ele estava mal tentou muitas vezes afastar e pedir ajuda médica do IMPCG, mas eles não autorizaram nem mudaram de função. Ele pediu ajuda e não teve, é assim que muitos profissionais estão trabalhando nas escolas”, destacou.

A prefeitura afirma que o médico tem autonomia para afastar ou não os servidores das atividades laborais.

“O periciado sempre é avaliado para todas essas situações com base na autonomia do ato Médico Pericial, o qual é uma ação de competência absoluta do profissional, que envolve a decisão de julgar o direito de concessão de um benefício pecuniário solicitado pelo requerente, avaliando sua capacidade laboral fundamentada no direito do requerente e nas provas e indícios apresentados para tal”, diz a prefeitura.

Segundo a prefeitura, o professor poderia recorrer ao pedido negado.

“Também é importante mencionar que, ao periciado é garantido o direito de ampla defesa e o contraditório com fundamento nas normas supramencionadas, como exemplo disso tem-se o instituto da Reconsideração, este que dispõe ao periciado o direito de solicitar uma reavaliação em razão de uma negativa/entendimento contrário ao seu requerimento”.

O caso

O educador de Artes foi encontrado morto em seu apartamento, no dia 20 de março em Campo Grande.

Tiago tocava piano todas as tardes e vizinhos estranharam quando não ouviram.

A prima de 22 anos sentiu falta de Tiago e colocou uma escala ao lado de fora do apartamento e encontrou o homem deitado na cama.

Tiago deixou uma carta ao lado da cabeceira e comoveu os vizinhos e amigos.

Valorização da vida

Um suicídio afeta ao menos seis pessoas que estavam ligadas à vítima. Se você estiver passando por problemas, procure ajuda.

O Grupo Amor Vida é uma ONG sem vinculação político partidária e religiosa que presta gratuitamente, desde 2001, através de voluntários, atendimento telefônico à pessoa em crise emocional, com garantia de anonimato e sigilo, objetivando a prevenção do suicídio.

Não se trata de atendimento psicoterápico e sim humanitário. O usuário tem a oportunidade de desabafar com outra pessoa o seu sofrimento. Uma dor compartilhada dói menos.

Telefone: 0800 750 5554.