‘Meu malvado favorito 3’ surfa em anos 80, zoa Hollywood e melhora franquia

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Filme adiciona ação, velocidade e (ainda) mais Minions à fórmula que já rendeu mais de US$ 2 bilhões. Vilão é o melhor da saga, com ombreiras e passos de Michael Jackson.

Prepare-se para mais uma enxurrada de Minions. Os carismáticos seres amarelinhos ainda são as grandes estrelas no terceiro “Meu malvado favorito” e, com seu retorno aos cinemas nesta quinta-feira (29), também voltarão às roupas, brinquedos, objetos de decoração, materiais escolares, utensílios para o lar, capas para celular… será impossível escapar deles.

Sem contar a infinidade de produtos licenciados, a franquia já arrecadou mais de US$ 2 bilhões em todo o mundo (incluindo o spin-off dedicado aos heróis arredondados). Parte disso é resultado de uma fórmula quase infalível, composta por:

  • Uma história leve, nada complexa, fácil de entender
  • Personagens pensados para as crianças, mas que também divertem os adultos
  • Dubladores famosos e engraçados na versão original (e também em português)
  • Referências à cultura pop e muita, muita música
  • É claro, os Minions

A outra parte se deve a um feito raro: “Meu malvado” consegue aprender com os erros do passado e agradar mais a cada sequência. Enquanto o primeiro filme apresentou uma boa premissa, mas trama insossa, o segundo incluiu um bom novo elemento – Lucy (Kristen Wiig originalmente, Maria Clara Gueiros no Brasil), que se torna mulher de Gru (Steve Carell e Leandro Hassum). Já o terceiro repete a fórmula, sem grandes novidades, mas aposta em mais ação e enredos paralelos que se embolam em um ritmo alucinante.

Meu vilão favorito

Pouca coisa sobrou da ideia original. Gru, um ex-vilão cujo coração foi aquecido pelas três doces garotinhas que adotou, já nem cogita retomar o antigo ofício. Na nova sequência, é tentado por um irmão gêmeo até então desconhecido, Dru (também Steve Carell e Leandro Hassum), um ricaço que parece ser o seu oposto, principalmente por causa da longa cabeleira loira. Disposto a aprender os segredos da vilania, ele acaba sendo usado por Gru para combater o mal.

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A perversidade, dessa vez, é personificada em Balthazar Bratt (Trey Parker e Evandro Mesquita), astro de TV dos anos 80 esquecido e ressentido com Hollywood. Com ele, a animação ensaia uma divertida sátira aos excessos da TV e do cinema. É o melhor vilão da saga, com motivação, ombreiras, bigodão vintage e passos de dança embalados por Michael Jackson, Van Halen e A-ha – papais e mamães vão amar. Por falar em música, as de Pharrell Williams brilham na trilha sonora.

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Minions, Minions, Minions (e mais Minions)

Já as crianças devem vibrar com ainda mais destaque aos – estava demorando para voltar a eles – Minions. Sem ter muito mais o que fazer na história, os bichinhos fazem graça na praia, em perseguições, em um programa de calouros, na prisão… As meninas também ganham mais espaço, com a fofa saga da pequena Agnes para encontrar um unicórnio. E a família feliz de Gru e Lucy cativa por, mesmo em aventuras completamente malucas, parecer viver perrengues reais – preocupação, insegurança, ciúmes dos filhos.

Mesmo simplório e previsível, “Meu malvado favorito 3” dá mais um passo adiante na franquia e cumpre seu papel com segurança: entrega ao público uma hora e meia de diversão sem culpa, entre goladas de refrigerante e boas porções de pipoca. Certamente repetirá, nas bilheterias, o sucesso dos antecessores. E pra quem está de saco cheio dos Minions, melhor se conformar: não há qualquer sinal de que eles vão parar por aí.

Fonte: G1.