Morre em Amambai, Gustavo Vicente, o “garoto da anestesia”

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Faleceu ontem, dia 29, na cidade de Amambai, o jovem Gustavo Vicente, que ficou conhecido como o “garoto da anestesia”, visto ter ficado com problemas sérios após passar por uma cirurgia.

Na data de 13 de julho de 2009, o garotinho Gustavo foi internado no Hospital Regional de Amambai para passar por uma cirurgia de retirada de hérnia inguinal, mas devido a um problema, a criança veio a sofrer parada cardíaca e desde então perdeu todos os movimentos do corpo, ocasionando uma mudança radical na vida de seus familiares.

Existiu a suspeita de que o garoto teria sido vítima de erro médico.

A dona de casa Rosimar Vicente relatou no ano de 2010 ao Jornalistas Tião Prado que levou seu filho para operar, sendo que Gustavo era uma criança bastante ativa e que o problema a incomodava quando ia jogar bola com os amigos.

“Perguntei ao médico quanto tempo iria demorar a cirurgia e ele me disse cerca de 40 minutos. Só que meu filho foi levado para a sala de cirurgia às 15h15min. e somente às 19h é que o pediatra me procurou e me disse para ir até o Centro Cirúrgico. O médico me disse que a cirurgia tinha sido um sucesso, mas que ele estava dormindo um pouco mais que o previsto. No centro cirúrgico estava a anestesista a qual me disse que não sabia informar que horas que ele acordaria. O meu filho estava entubado e em coma”, afirma.

Segundo a mãe, a anestesista disse que a criança tinha sofrido uma “paradinha” e que se não reanimasse até às 21 horas seria encaminhado para Dourados.

A transferência para o Hospital do Trauma aumentou o drama da mãe. Ela disse que quando chegou com o filho na ambulância, a direção do hospital douradense não aceitou informando que não poderia receber o paciente porque na unidade não havia CTI pediátrico. “Ficamos mais de uma hora na frente do hospital esperando uma vaga na Santa Casa de Campo Grande, onde meu filho deu entrada às 3h, mas no trajeto ele sofreu três paradas cardíacas”.

Na capital o garoto ficou internado durante dois meses, sendo um mês no CTI e mais um mês no semi-intensivo. “Os médicos de Campo Grande me falaram que quem deveria explicar o que aconteceu com meu filho são os médicos de Amambai e que eles pegaram apenas a consequência do caso”.

A criança viveu por um tempo em um quarto do Hospital Regional de Amambai. Na época, a mãe disse que levou o prontuário do atendimento para Campo Grande, onde foi entregue na Associação de Vítimas de Erros Médicos.

Rosimar Vicente falou que o diagnóstico do seu filho era paralisia cerebral e assim, em cima de uma cama, sem movimentos, o sofrimento de Gustavo se encerrou nesse dia 29, deixando muitas saudades aos amigos e familiares.