Palco de fuga inédita, presídio federal de RN abriga Jamilzinho e mais dois de MS

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Os dois detentos que cumpriam pena na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), e conseguiram fugir é a mesma unidade que abriga, há quatro anos, o empresário Jamil Name Filho, apontado como chefe de milícia e condenado no ano passado, há 23 anos de prisão pela morte do estudante de direito Matheus Coutinho Xavier, em abril de 2019 em Campo Grande.

Os fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como “Tatu”, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de “Deisinho”.

Jamilzinho está no presídio de Mossoró (RN), desde 5 de novembro de 2019. Nesta mesma unidade se encontra o ex-guarda civil metropolitano de Campo Grande, Marcelo Rios, apontado como “gerente” da milícia liderada por Name e pivô da Operação Omertà, que desarticulou a organização criminosa em 2019.

A unidade prisional é a única do nordeste que está sob o comando do Ministério da Justiça. Atualmente ela comporta 208 detentos e mede aproximadamente 13 mil metros quadrados.

O sistema foi criado com o objetivo de combater o crime organizado, isolar lideranças criminosas e os presos de alta periculosidade, de acordo com o Ministério da Justiça.

Conforme dados da Senappen, o Sistema Penitenciário Federal (SPF) é referência de disciplina e nunca houve fuga, rebelião ou entrada de materiais ilícitos nas unidades penitenciárias, aplicando-se fielmente a Lei de Execuções Penais (LEP)”.

Além de Mossoró, o sistema federal tem presídios em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF), que recebem presos de alta periculosidade.

Créditos: Secretária Nacional de Políticas Penais 

Caso Jamilzinho

Em 2020, durante a Operação Omerta, foi descoberto uma falha no sistema prisional,  após agentes penitenciários realizarem buscas nas celas e descobrir planos para matar autoridades. O plano foi descoberto após descobrirem um bilhete escrito em papel higiênico que foi interceptado em uma das celas.

Aos agentes, o manuscrito delatava esquema de corrupção entre presos na unidade prisional de Mossoró (RN). As mensagens eram escritas “só a pontinha da caneta”, no papel higiênico e passadas cela por cela, por debaixo da porta ou em frestas. Os detentos que recebiam o plano agiam quando as luzes das cenas eram desligadas, para não serem pegos pelas câmeras de seguranças da unidade prisional.

Quando o bilhete chegava no destino final, ele era destruído. De acordo com a operação, os advogados é que conduziam a informação ao destino final fora dos presídios.
O empresário Jamil Name Filho, foi condenado a 23 anos e seis meses de prisão e ao pagamento de 60 dias de multa pela morte do estudante de direito Matheus Coutinho Xavier, em abril de 2019. Ele também foi condenado por posse ilegal de arma de fogo

Além de Jamilzinho, também foram condenados pelos mesmos crimes o ex-guarda civil municipal de Campo Grande, Marcelo Rios, com 23 anos de reclusão e ao pagamento de 120 dias multa e o policial civil aposentado Vladenilson Olmedo, o Vlad, sentenciado a 21 anos e seis meses de reclusão e ao pagamento de 60 dias de multa.

Rios, que também se encontra em Mossoró, foi condenado por receptação, a do veículo furtado utilizado no crime.

Em julho, Jamil Name Filho foi condenado a 23,5 anos de prisão pelo assassinado de Matheus Xavier, em abril de 2019Arquivo/ Correio do Estado

Fuga no Presídio de Mossoró 

De acordo com o jornal Tribuna do Norte, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram transferidos do Acre ao sistema prisional do Rio Grande do Norte em setembro do ano passado.

Durante a manhã, os agentes penitenciários foram pegos de surpresa após receberem informações sobre a fuga dos detentos.  Ambos são apontados como líderes de organização criminosa.

A ausência dos criminosos foi observada durante o banho de sol. Até o momento não se sabe como a fuga aconteceu, mas já foi reportado que houve uma “falha estrutural”, que seria um burado na estrutura das celas. Até o momento não está claro como eles conseguiram acesso ao exterior da unidade e como não foram vistos ao sair do local.

Uma força tarefa foi desencadeada pelas ruas de Mossoró e de cidades no interior do Rio Grande do Norte na tentativa de recapturar os dois fugitivos.

Foto: Célio Duarte

Deibson Cabral Nascimento 

Deibson possui uma extensa ficha criminal e tem condenações por assaltos, furtos, roubos, homicídio e latrocínio. Ele já passou pelo presídio Presídio Federal de Catanduvas (PR) e estava na unidade prisional de Mossoró (RN), desde de 2023.

 Rogério da Silva Mendonça

Conhecido como “Tatu”, também possui uma extensa ficha criminal. Ele e Deibson, segundo informações do jornal O Globo, participaram de uma rebelião ocorrida em julho de 2023, em Rio Branco (AC), quando cinco detentos foram executados, decapitados e esquartejados.

 

Foto: Reprodução

Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar

Outro que também se encontra em Mossoró é que recentemente deixou a Penitenciária Federal de Campo Grande, foi Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Ele deixou o presídio federal de Mato Grosso do Sul, durante um rodízio de presos no dia 10 de janeiro deste ano.

Fernandinho Beira Mar é apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho.

Os dois detentos, também seriam integrantes da mesma facção criminosa em que Fernandinho Beira Mar é líder.

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