Polícia de SP prende gerente do Detran-MS por fraude na transferência de CNHs

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O gerente-executivo do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de Selvíria, Ailton Vargas Rodrigues, de 45 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (1º) durante a Operação Dedo Podre, da Polícia Civil de São Paulo. Conforme a investigação, ele era “peça-chave” em esquema de fraude para transferência e renovação de CNHs (Carteiras Nacionais de Habilitação) de motoristas do interior do estado vizinho.

Para fazer vista grossa para penalidades acumuladas pelos condutores no sistema do Detran de São Paulo e cadastrar endereço falso em Mato Grosso do Sul, o servidor recebia propina, ainda segundo apurou a polícia. Outros integrantes da quadrilha, responsáveis por capitar os clientes – motoristas que tinham de cumprir punição administrativa ou que estavam a ponto de perder a CNH –, foram presos em Dracena e Ilha Solteira.

Além de prender de Ailton, policiais estiveram na casa do gerente e na sede do Detran de Selvíria para buscas. “Ele está sendo trazido para cá. Acredito que chega por volta das 14h ou 15h. Se não fora ouvido hoje, talvez o depoimento dele seja formalizado amanhã. Ele está preso temporariamente, então temos cinco dias para finalizar todo os procedimentos”, explicou o delegado Vitor Biroli, de Dracena.

Esquema – A investigações começaram em março do ano passado, após denúncia anônima. Neste período, ao menos 191 pessoas foram investigadas e a polícia identificou ao menos 107 motoristas que compraram a transferência ou renovação de CNH.

“A associação capitava clientes em potencial, com penalidade administrativas a serem cumpridas e cobravam para fazer transferência para evitar o cumprimento dessas penalidades”, explicou o delegado Cleber Augusto Batista, também da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Dracena, em entrevista para a TV Globo local.

O responsável pela operação disse ainda que os motoristas vão responder por corrupção ativa e falsidade ideológica. Já os quatro presos responderão por associação criminosa e corrupção passiva.

A reportagem fez contato com o Detran-MS, mas até o fechamento da matéria posicionamento não havia sido enviado.