Polícia divulga foto de quadrilha de ladrões de banco e 1 passa por cirurgia

0

Foi identificado como Bruno Oliveira de Souza, 30 anos, um dos baleados em confronto com a Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) na madrugada deste domingo (22). Além de Bruno, seis estão presos na delegacia e dois morreram em confronto. O nome dos outros envolvidos ainda não foi divulgado.

 

Alvo era a central do Banco do Brasil, que abastece com dinheiro todas agências do Estado

Conforme apurado pelo Campo Grande News, Bruno deu entrada na Santa Casa por volta de 1h30, está internado com fratura exposta na mão direita e nos dedos. Passou por cirurgia pela equipe de ortopedia e continua recebendo atendimento médico sob escolta policial. Os outros dois homens baleados também foram levados para a unidade de saúde, mas não resistiram. Os corpos estão no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) ainda sem identificação.

Caso – Segundo a polícia, a quadrilha abriu túnel de 63 metros, que já havia atingido o ponto no subsolo que fica bem embaixo do cofre da unidade do Banco do Brasil, localizada na Avenida Presidente Castelo Branco, na região da Coronel Antonino. No local, são executados serviços como compensação de cheques. Os integrantes da quadrilha são dos estados de São Paulo e do Nordeste. O bando vinha sendo monitorado havia quase 6 meses. Durante a ocorrência, 3 veículos foram apreendidos: uma caminhonete Hilux, com placa do Pernambuco, um utilitário de Ponta Porã e um caminhão.

Eles abriram o túnel usando carrinhos de mão, quilômetros de cordas, ventiladores domésticos para refrigeração durante o trabalho, escadas e um elevador improvisado, para retirar sacos com toneladas de terra que iam sendo empilhados em um dos cômodos do imóvel. Segundo a polícia, a quadrilha mantinha mais de um imóvel como base, todos alugados. Mais detalhes sobre o caso serão repassados amanhã em coletiva de imprensa.

Bandidos cavaram 60m, mas só tiroteio denunciou plano à vizinhança

Alvo era a central do Banco do Brasil, que abastece com dinheiro todas agências do Estado

Moradores do bairro Monte Castelo, nas imediações da Central do Banco do Brasil, estão acostumados a ver carros fortes entrarem e saírem do local todos os dias carregados com dinheiro. Até imaginavam como deveria ser o lugar onde toda essa quantia seria guardada, mas nunca desconfiaram que, em meio à rotina normal da região, um plano para furtar o cofre era orquestrado embaixo da terra.

Os únicos barulhos que denunciaram a ação da quadrilha para a vizinhança foram os tiros trocados com a polícia durante a operação que desmantelou o esquema e terminou com seis suspeitos presos e dois mortos.

Agora, reina a incerteza e o medo. Um morador que não quis se identificar acredita que os bandidos escolheram o imóvel, localizado na Rua Minas Gerais, não apenas pela proximidade do alvo, mas porque fica ao lado de uma oficina que faz bastante barulho ao longo do dia.

O imóvel de muro amarelo tem portão fechado, impede a vista para o que acontece lá dentro. Pela manhã, o único “indício” do que houve ali é um saco de cordas sujas de lama abandonado na calçada.

Conforme a polícia, os bandidos contrataram mão de obra alheia para tocar a escavação. Cada dia uma pessoa diferente recebia uma quantia para trabalhar ali e ficar calada. A terra era armazenada em sacos no próprio local para não haver movimento que despertasse a atenção de alguém.

Neste domingo, poucos quiseram comentar o que aconteceu. Ao amanhecer, ficaram surpresos quando souberam do que acontecia literalmente sob seus olhos.

Fontes ouvidas pelo Correio do Estado afirmaram que por dia cerca de R$ 200 milhões são movimentados pela Central do Banco, já que do local saem os montantes que abastecem todas as agências de Mato Grosso do Sul.

Os bandidos chegaram perto da caixa forte, já que o túnel tinha 63 metros e a casa ficava em frente ao alvo.

A polícia já estava monitorando o grupo e conseguiu evitar o roubo, embora segundo informações apuradas pela equipe de reportagem, para entrar no cofre seriam necessários artefatos pesados para romper a segurança. A polícia não detalhou o plano dos bandidos. Não se sabe ainda como eles acessariam o dinheiro e fugiriam com ele com a mesma discrição que envolveu todo o plano.

Segundo a corporação, em alguns trechos as paredes eram sustentadas por vigas aparentemente de madeira. Há o risco de desabamento, porém não há qualquer interdição no local. Ventiladores garantiam mais “conforto” aos escavadores, mas a polícia classificou o local como insalubre.

“Estávamos acompanhando tudo, essa investigação é de muito tempo. São criminosos especializados de todo o Brasil”, disse o secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Carlos Videira.

Segundo a polícia, alguns integrantes do grupo estão internados. As unidades de saúde não foram divulgadas.