Senador paraguaio pede morte de brasileiros e pode ser cassado

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“Esses brasileiros são bandidos, invasores. Estão desmatando o país; temos que matar aqui pelo menos 100 mil brasileiros”, diz Cubas Colomés a seus apoiadores no vídeo


Reprodução via YouTube

O Senado do Paraguai analisou, nesta quinta-feira (28), possíveis punições a um senador do país que apareceu em vídeos, no início da semana, incitando a morte de 100 mil brasileiros e agredindo policiais em uma delegacia em Minga Porã, no departamento do Alto Paraná, perto da fronteira com o Brasil.

O senador Paraguayo Cubas Colomés esteve na última segunda-feira (25) em Minga Porã, depois que três caminhões com árvores recém-derrubadas foram parados pela população local. Ele acusou brasileiros moradores da região de terem cortado as árvores.

“Esses brasileiros são bandidos, invasores. Estão desmatando o país. Temos que matar aqui pelo menos 100 mil brasileiros”, diz Cubas Colomés a seus apoiadores no vídeo.

Segundo o senador, as árvores fariam parte de cinturões florestais, paredões de árvores plantadas ao redor de pequenas propriedades, que as protegem de pesticidas usados em grandes plantações. No caso dos caminhões apreendidos, no entanto, a madeira estava documentada e teria sido cortada legalmente.

Agressão a policiais

Em outro vídeo, gravado na delegacia de Minga Porã, o senador aparece causando ainda mais confusão.

Ele afirma que os policiais protegem os brasileiros (muitos deles agricultores de soja e donos de propriedades na região), arranca do contato as chaves de uma caminhonete da polícia, bate na cabeça de um oficial e atira um vaso no chão.

O vídeo foi publicado no Twitter pelo jornal paraguaio ABC Color.

Por causa da agressão aos policiais, Cubas Colomés foi denunciado ao Senado. O ministro do Interior, Euclides Acevedo, enviou uma carta pedindo que a conduta do senador fosse avaliada. Ele pode ser suspenso ou até cassado.

A sessão do Senado que debateria o assunto nesta quinta de manhã foi suspensa por falta de quórum.

Cubas Colomés é o líder do partido Movimento da Cruzada Nacional, que combate a presença de estrangeiros no país.