Um corpo ideal nada tem a ver com um corpo perfeito, diz médica preventiva

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Em um momento em que a vida perfeita, feliz e cheia de filtros domina as redes sociais, atingindo principalmente a autoestima das mulheres, a médica preventiva Samira Daige tenta desmistificar a ideia de que o corpo ideal beira a perfeição.

Especialista em emagrecimento saudável, a médica defende que o primeiro passo para conquistar um corpo bonito e saudável é a autoaceitação.

Com o lema: “corpo legal para viver e não viver em função do corpo”, Daige explica que existe uma relação muito íntima entre a autoimagem e a autoestima, além de uma diferença entre o emagrecimento para a saúde e o estético.

“A padronização de um corpo ideal é um fato estabelecido e aceito pela sociedade que muda de geração em geração. A mulher dos anos 70 apresentava um contorno corporal estético diferente do padrão corporal atual. Mas o maior erro, é nos tornar vítimas dessa padronização e buscar a perfeição, afinal ela não existe e nem mesmo é alcançável! Podemos e devemos sim buscar melhorar, mas sempre respeitando nossas características e o nosso biotipo”, pondera.

Conforme a especialista, antes de iniciar um processo de emagrecimento, é preciso entender que, apesar dos padrões estabelecidos pela ciência e pela sociedade, cada corpo corresponde a um biotipo, por isso tem características particulares.

“Por exemplo, se pensarmos nos orientais, a referência de uma circunferência de abdômen normal deles é diferente da nossa, pois estatisticamente, o biotipo dessa etnia é de um corpo mais magro. Então quando falamos de um peso ou corpo ideal, dentro do contexto científico, existe uma variabilidade e zona de segurança saudável tanto para o peso, como para circunferência de abdômen.”

A médica traz o exemplo de uma mulher de 1,60 metros, que, de acordo com os padrões científicos, deveria pesar entre 48 quilos e 65 quilos. No entanto, para alguns biotipos, é praticamente impossível chegar nos 48 quilos, a não ser que se lance mão de artifícios que vão muito além da saúde, por meio de estratégias extremas.

“Dentro dos limites aceitáveis descritos como saudáveis pela ciência, existe uma zona mínima e máxima, é onde podemos trabalhar e buscar melhorar não só a saúde como também a estética”, salienta.

Autoaceitação também é um processo

Muitos podem encarar a autoaceitação como sinônimo de desistência ou de estagnação. No entanto, a médica explica que autoaceitação é um processo construído diariamente.

Daige já foi obesa e perdeu 43 quilos durante o processo de emagrecimento, considera que se aceitar foi o impulso para buscar um corpo mais saudável.

“Todos os dias somos bombardeados por inúmeras imagens, exemplos de um corpo perfeito ou de algo perfeito, um emprego perfeito, uma vida perfeita. Então, a autoaceitação é um processo contínuo. A partir do momento que você construir a sua identidade, vai conhecer o seu valor. As mulheres devem buscar um corpo legal para viver, e não viver em função do corpo. São coisas diferentes. Você não vai atingir o corpo perfeito, até porque ele não existe”, diz Daige.

Samira foi obesa e considera que autoaceitação foi impulso para perda de peso — Foto: Samira Daige

Samira foi obesa e considera que autoaceitação foi impulso para perda de peso — Foto: Samira Daige

Do ponto de vista da especialista, é preciso esclarecer que a autoaceitação se constrói no sentido da crítica não em relação ao outro, mas a si mesmo. “Aceitar nossas limitações e buscar progredir. A autoaceitação é o ponto inicial no processo de emagrecimento. Porque se eu não aceitar o que eu tenho, como eu vou querer melhorar? Buscar aquilo que não corresponde ao nosso biotipo irão nos frustrar. É o famoso vai e vem do paciente que quer emagrecer, porque o fator propulsor dele não é melhorar o que ele tem, é buscar algo que não existe”, reforça.

Por fim, Daige ressalta que autoaceitação também não deve significar conformismo. “É maravilhoso estar feliz e realizado consigo mesmo! Você pode e tem o direito de não querer mudar ou melhorar seu corpo e sua saúde. Desde que essa essa satisfação pessoal não seja uma forma de fugir ou uma desculpa para as suas deficiências, para os erros ou até para a falta de disciplina com suas metas e objetivos. Estar em paz com a saúde e com o corpo, reflete na melhora da vida pessoal, profissional e em vários outros âmbitos da vida”, finaliza.

Dra. Samira Daige

Dra. Samira Daige

Serviço

Dra. Samira D. Daige

Medicina preventiva e social

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